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Wednesday, February 24, 2010

Viver com Esquizofrenia: educar e integrar


Artigo publicado no JORNAL DO PINHAL NOVO, a 23 de Fevereiro de 2010

CRÓNICA "DO OUTRO LADO DO ESPELHO"

Todos aqueles que vivem com esquizofrenia ou conhecem quem viva, sabem que se trata de uma doença difícil... quer do ponto de vista emocional, relacional mas, sobretudo, social. Apesar de muitos esquizofrénicos terem acompanhamento médico e psicológico, para terem uma vida “normal” ainda têm de mentir acerca da sua condição ou, pelo menos, omitir a situação. Em primeiro lugar, é necessário compreender o problema. O que é a esquizofrenia?

Muitas teorias existem em torno desta doença: A neurobiológica, a Psicanalítica, a Cognitivo-Comportamental, etc. Todas lançam um olhar sobre a Esquizofrenia e procuram desenvolver técnicas interventivas mais eficazes. Quando procuramos compreender e definir a Psicose Esquizofrénica deparamo-nos com
vários tipos de Esquizofrenia (paranóide, catatónica, etc.). As diferenças assentam, sobretudo, na organização do que designamos por sintomas positivos (Sintomas que se ganham nomeadamente, delírios e alucinações) e nas perdas sofridas ou sintomas negativos (elementos que se perdem relacionados com deterioração cognitiva, actividade motora, etc.).

A manifestação da doença é subtil. Na maioria das vezes aflora na adolescência (final da adolescência, entrada na idade adulta) e pode ser entendida com desequilíbrio pontual ou excentricidade. No entanto, à medida que a doença se agrava, o paciente começa a apresentar um quadro cada vez mais complexo. Casos há em que a família associa estas mudanças de comportamento ao consumo de drogas. De entre os sintomas mais comuns destacam-se os delírios e as alucinações, a desorganização mental, atitudes impulsivas e agressividade. Os sintomas menos comuns podem passar por um estado de apatia, indiferença, falta de motivação e um pensamento cada vez mais pobre e menos lógico.

Importante para um paciente esquizofrénico é uma coordenação equilibrada na intervenção. Ou seja, usufruir de tratamento médico – por um lado – e de intervenção psicológica – por outro. Esta intervenção psicológica pode, e deve ser, multifacetada. O paciente deverá beneficiar de intervenção terapêutica, educação ou reeducação psicológica no sentido de facilitar uma maior integração (ou reintegração, se for o caso) na sociedade e na vida laboral e, muito importante, apoio à familia que tem de aprender a viver e compreender a doença. Como os sintomas podem não ocorrer em simultâneo mas surgirem apenas aguns traços que são percebidos como algo diferente, deve sempre procurar opinião especializada. Um esquizofrénico, dependendo do tipo de doença que apresenta, pode ter uma vida autónoma quer do ponto de vista profissional, quer na perspectiva familiar.

Tatiana A. Santos

3 comments:

  1. Adorei o artigo, e de facto, é de lamentar que a sociedade de hoje seja tão fechada e disccriminatória a estes problemas.
    Um beijo, Tânia Rita (ILG)

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  2. OLÁ TATIANA...
    ESTOU LENDO SEU ARTIGO, PELO MOTIVO DE PRECISAR ENTENDER MELHOR SOBRE TAL DOENÇA.ENTRE TANTOS SITES QUE VENHOBUSCANDO UMA POSIÇÃO, UMA AJUDA SOBRE INFORMAÇÕES QUE VENHA A ME AJUDAR A INTERNAR UMA PESSOA DA FAMILIA. mEU INTIADO SOFRE DE ESQUIZOFRENIA E É DEPENDENTE. POR FAVOR ME ORIENTE OU DIGA ONDE ENCONTAR UMA CLINICA QUE POSSA POR. NÃO SABEMOS MAIS O QUE FAZER.
    MEU EMAIL:ANTONIOTADEUSEGAT@HOTMAIL.COM
    ABRAÇOS!

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  3. O meu diagnóstico é de psicose esquizofrénica. Faço tratamento há 6 anos e sofri um internamento durante 5 meses. Já reduzi 2 vezes a medicação. Sinto-me bem e a recuperar de um estado" moribundo" que espero faça parte do passado. Só tenho a lamentar que no SNS as consultas, pelo menos a minha, demorem cerca de 10 minutos. Não há tempo para falar com o médico!Penso também que ainda existe muito preconceito sobre a esquizofrenia. Mas eu encaro a doença de um modo natural e tento combater esse preconceito.

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