http://www.facebook.com/youzen.psicologiaemeditacao

Friday, May 29, 2009

FIGHT CLUB (análise Psicológica do filme)

NOTA: A análise deste filme é detalhada e inclui revelação do final do mesmo e esclarecimentos acerca das personagens. Não recomendado a quem não viu o filme e pretende o efeito surpresa.


Ficha técnica
Ano: 1999
Realizador: David Fincher
Produtor: Cean Chaffin; Art Linson e Ross Bell
Argumento: Jim Uhls
Baseado no romance de Chuck Palahniuk

«Eu sou os suores frios do Jack»
«Eu sou a vingança do Jack»
«Eu sou a vida desperdiçada do Jack»
«Eu sou o inflamado sentido de rejeição do Jack»
«Eu sou o coração despedaçado do Jack»


Estas frases definem, só por si, todo o rumo do filme – uma espiral descendente de decadência e rotura com o mundo. FIGHT CLUB é um filme bastante violento sobre esquizofrenia. No entanto, apenas no final do filme é que o espectador se apercebe da doença do personagem principal.

A definição de esquizofrenia pode ser aplicada a esta separação que ocorre no narrador do filme – Jack (Edward Norton). Esta fragmentação, leva-o a criar Tyler Durden (Brad Pitt), uma personagem que encarna as suas pulsões do Id.

Desde o início do filme é possível registar alguns comportamentos e frases que remetem para o surgimento de Tyler. Por exemplo, quando Jack visita o médico acerca da sua insónia que se arrasta há seis meses. Nessa altura, Jack pede que lhe prescreva medicação com medo de morrer de insónias. «Mas eu estou em sofrimento» - diz. Ao que o médico responde, muito ao jeito de Tyler: «se queres saber o que é dor, vai ao grupo de apoio de cancro testicular... isso sim, é dor». O conceito de Tyler Durden surge assim que o médico pronuncia as palavras «isso sim, é dor».
Mas é apenas quando Jack se encontra no avião – para uma viagem de trabalho – que Tyler surge realmente numa cena com diálogo. Antes da chegada de Tyler, a monotonia da vida de Jack é transmitida quando o espectador o vê a catalogar os aeroportos por onde passa, quando está a trabalhar. «Acordas em O’Hare, acordas em Dallas (...) será possível acordar como alguém diferente?» - diz o narrador Jack.

O NASCIMENTO DE TYLER DURDEN



A desilusão e frustração de Jack é revelada à medida que ele imagina um terrível despenhamento ou choque entre aviões, porque o seguro paga a dobrar quando a morte acontece em trabalho. Esse acidente não é mais do que a raiva interior de Jack. Para além disso simboliza todas as alterações que se estão a dar a nível psicológico e que vão mudar radicalmente a sua vida. É o colapsar do Jack.

É então que Tyler Durden é criado. Surge sentado ao lado de Jack assim que ele «acorda» do seu acidente imaginário. Neste momento, o espectador é levado a crer que Tyler é um ser humano real. Pode então conhecer-se a sua actividade profissional e alguns detalhes a seu respeito. Tyler fabrica e vende barras de sabão. Sabão este que, ao longo de todo o filme, vai assumir uma função extremamente simbólica e relevante para o rumo da história.

Se, por um lado, o sabão se prende com o «lavar», «apagar» o materialismo – exactamente o que Tyler prega durante toda e viagem e todo o filme acerca dos malefícios do consumismo – por outro, o facto de Tyler roubar gordura humana a centros de liposucção para fabricar as barras de sabão que vende a $20 cada, remete para o extremo oposto. Há um dualismo nesta figura: sabão que nos leva quer para o anti-materialismo, quer para o materialismo na sua forma mais pura.

Inicialmente o narrador sente-se fascinado por Tyler – pela sua força, estilo, carisma, determinação. Tyler é tudo aquilo que Jack nunca conseguiu ser. Quando Jack perde o apartamento numa explosão (que mais tarde se verifica ter sido provocada pelo próprio), fica desalojado e passa a viver com Tyler numa casa semi-destruída, em eminente colapso. Esta casa é a última rejeição de materialismo por parte de Jack. Separado dum mundo de consumo, o narrador começa a sua descida ao inferno, a um mundo de caos.

Jack, empregado numa companhia de seguros, sofre de tédio e insónias. O seu único escape é frequentar grupos de apoio a tuberculosos, doentes de Lúpus e cancro testicular... ao contrário dos frequentadores destes grupos, Jack não sofre de uma doença fatal ou de algum tipo esquisito de parasitismo sanguíneo. Jack é o próprio parasita que se torna dependente do sofrimento dos outros. Os seus bens materiais são tão insuficientes que só assistindo à dor dos outros consegue chorar e assim dormir como um bebé. Porém, rapidamente os grupos de apoio deixam de ser suficientes. A figura de Tyler serve para preencher essa lacuna – Tyler é o que Jack sempre sonhou ser.

AUTO-AGRESSÃO, VIOLÊNCIA AUTO-INFLINGIDA



Tyler insiste na filosofia de que experienciar a dor é um modo de alcançar a libertação. Assim, Jack inicia uma actividade auto-destrutiva como meio de melhorar a sua existência entediante e banal – nasce o FIGHT CLUB.

As tendências destrutivas do narrador são evidentes, sobretudo quando Tyler queima a mão de Jack (com um beijo e Potassa). Quando o espectador se apercebe que Tyler e Jack são a mesma pessoa, essa cena atinge uma dimensão muito profunda e densa devido à percepção da auto-mutilação que se pretende recriar no filme. O beijo, que significa amor, assume aqui o papel de destruidor. Não há limites para Jack. O que era deixou de ser. Os conceitos alteram-se neste novo e complexo mundo que Jack descobriu.

Jack percebe que ele e Tyler se assumem-se como uma e a mesma pessoa quando se começa a verificar incongruências e quando deixa de se identificar com as acções que tanto valorizava. Ao perceber que tudo está a tomar proporções alarmantes – sobretudo o projecto Destruição – vidas passam a estar em jogo e Jack tem de, rapidamente, ganhar o controlo da situação destruindo Tyler Durden.

O último acto de violência auto-inflingida é a tentativa de suicídio de Jack. Agora o controlo é seu... a arma de Tyler está na sua mão porque Tyler e ele são um só.

O Corpo e a Comunicação Social (Cancro da Mama)



A opinião geral é de que os meios de comunicação social são uma fonte de imagens e mensagens extremamente influente acerca do corpo idealizado pelo qual mulheres e raparigas lutam (Anderson & DiDomenico, 1992). Sendo assim, e segundo Monro & Huon (2005) a exposição a estas imagens idealizadas conduz a um aumento da vergonha do corpo e ao surgimento de ansiedade. Segundo Maltby, Giles & Barber (2005) um dos mais temidos efeitos dos media é a «glamourização» das celebridades e modelos, promovendo corpos irreais e inatingíveis.

Carter (2003) refere ainda o papel das revistas médicas da especialidade nas quais aparece sempre a imagem de uma mama, coisa que não sucede com o cancro testicular, por exemplo. Para além disso, as fotografias que são referidas dizem respeito a mamas jovens e não velhas, a corpos saudáveis e não doentes não sendo apresentados por mulheres com cancro da mama mas por modelos. Outras vezes a mama cancerosa que aparece nem sequer é de carne mas sim um desenho computorizado como se estivesse separado do corpo da mulher.

Segundo Light (1995) a cobertura mediática raramente reflecte o medo e o tormento quotidiano que sente quem vive com cancro. Isso torna-se mais doloroso numa cultura que vende carros e computadores utilizando, para isso, várias partes do corpo da Mulher. Richins (1991) também refere que depois de ver imagens de modelos, as mulheres – no geral – descrevem-se como menos satisfeitas com a sua aparência física. Assim sendo, esta atitude é extremamente difícil de suportar para quem tem uma mama amputada e, desta forma, a sua aparência. Para além disso, as imagens transmitidas pelos media – sobretudo as enquadradas num contexto publicitário (ex.: produtos de modificação de peso) – promovem a ideia de que a forma e tamanho corporais são flexíveis. Assim sendo, levam a crer – segundo Brownell (1991) – que atingir esses resultados é fácil.

Referências Bibliográficas:

Brownell, K.D (1991) Dieting and the search for the perfect body: Where physiology and culture collide. Behavior therapy, 22, pp. 1-12.

Carter, T. (2003) Body Count: Autobiographies by Women Living with Breast Cancer. Journal of popular culture, 36(4), p. 653.

Anderson, A. & DiDomenico, L. (1992). Diet vs. shape content of popular male and female magazines: A dose-response relationship to the incidence of eating disorders? International journal of eating disorders, 11(3), pp. 283–287.

Light, R. (1995) Breast cancer and body image. Retirado da página Breast Cancer Action: http://www.findarticles.com/p/articles/mi_qa3693/is_199411/ai_n8725003/pg_2 a 16 de Abril de 2006.

Maltby, J., Giles, D. & Barber, L. (2005) Intense-personal celebrity worship and body image: Evidence of a link among female adolescents. British journal of health psychology, 10(1), pp. 17-32.

Monro, F. & Huon, G. (2005) Media-portrayed idealized images, body shame, and appearance anxiety. International journal of eating disorders, 38(1), pp. 85-90.

Richins, M. L. (1991) Social comparison and the idealised images of advertising. Journal of consumer research, 18, pp. 71-83.

Thursday, May 28, 2009

O corpo e a mulher na história da humanidade



«Através de toda a história, as pessoas saíram:
desnorteadas, na tentativa de decifrar o enigma
da natureza da feminilidade
» - Freud (1989)

Eva foi o primeiro modelo feminino da história. Vista como sedutora e desobediente, é considerada por muitos responsável pela existência de morte no Mundo. No entanto, esta imagem é compensada com a da Virgem Maria –um exemplo a seguir, mãe de Cristo e concebida sem pecado. No outro extremo está Maria Madalena, a mulher arrependida (http://www.jatai.ufg.br/ped/4simposio/textcomp/03.html). Saltando um pouco no tempo percebemos que a religião, cultura e ciência eram exclusivas dos homens. A mulher deveria ser guardada para a procriação. Ao mesmo tempo que se atribuía à mulher esta tarefa, esta sociedade via com algum receio a sua relação com a menstruação, nudismo e sexualidade. O sexo foi assim convertido em pecado. O corpo feminino condenado ao pudor. Contudo, já existiam estereótipos quando ao corpo da mulher - mais redondo para seguir o seu curso de procriadora (Muraro, 1997). A revolução industrial e a II Grande Guerra o papel da mulher alterou-se. Surgiu o trabalho assalariado, o direito à educação e as mulheres começaram a usar a sua imagem nas reivindicações que faziam (http://www.jatai.ufg.br/ped/4simposio/text comp/03.html). Ao longo dos tempos várias têm sido as ideias sobre o papel do corpo, o que significa, o seu valor moral e o valor das suas partes constituintes. Para Chasseguet-Smirgel (2005) a representação psíquica do corpo tem sofrido muitas metamorfoses. Estas ideias têm diferido ao longo das épocas e de pessoa para pessoa (Synnott, 1993). Os gregos, por exemplo, glorificavam o corpo. Na antiga Grécia escultores, pintores e artesão celebravam o nu através de magníficas obras de arte que se perpetuaram no tempo. Tratava-se de uma cultura centrada no corpo. Contudo, as correntes variavam consoante as escolas. Já no império Romano o estoicismo era a filosofia dominante. Falava-se das batalhas entre corpo e alma e da superioridade desta última face ao físico (Synnott, 1993).

Os cristãos distinguiam o corpo físico, espiritual e moral. «O verbo foi feito carne» (João 1:14). A divindade tornou-se Homem, humanizada na sua representação. Já no Renascimento o corpo foi redescoberto. Botticelli, Da Vinci, Michelangelo, Raphael e Titiano pintaram-no como extremo da beleza (Synnott, 1993). Filósofos como Castiglione definiram a beleza como sagrada e Descartes (1596-1650) introduziu o discurso do método defendendo que o corpo seria um mecanismo comparado a um relógio que funcionaria mesmo sem a influência da alma (Synnott, 1993). A era vitoriana foi importante na medida em que acreditava que as mulheres eram governadas pelos seus corpos instáveis e fracos. Cérebro e útero competiam por energia. O útero era então o órgão que controlava a mulher neste período da história (Thorne, & Murray, 2000)

Douglas (1978) fez uma importante distinção. Definiu corpo natural e corpo social. Cada corpo, segundo a autora, é uma entidade física mas também uma representação – um meio de expressão controlado e restringido pelo sistema social. Estes dois corpos constituem-se em diferentes territórios de experiência. Eles espelham o físico no social e fazem-no ser vivido em termos sociais. Contudo, em todas as áreas, etnias e tempos, no início da vida a criança tem de integrar o seu corpo (Ego corporal) com o seu Ego psíquico. Tem de se formar essa percepção de unicidade. Porém, não é um processo fácil e por isso talvez as questões corporais sejam sempre polémicas. O corpo, para o bebé, é «extraterrestre». Por isso este reage com espanto e fascínio aos seus dedos, mãos e pés (Chasseguet-Smirgel, 2005).

Referências Bibliográficas

Chasseguet-Smirgel, J. (2005) The body as mirror of the world. UK: Free Association Books.

Douglas, M. (1978). Natural symbols. New York: Praeger.

Muraro, R. M. (1997) A mulher no terceiro milênio: uma história da mulher através dos tempos e suas perspectivas para o futuro. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.

Synnot, A. (1993) The body social. Symbolism, self and society. London: Routledge.

Thorne, S. & Murray, C. (2000) Social constructions of breast cancer. Health care for women international, 21(3), pp. 141-159.

O Cancro da Mama e a Reinserção Social



Segundo a Direcção-Geral de Saúde (2003), o cancro da mama é o tumor maligno que mais afecta a mulher em Portugal. Em 2003 estimava-se que houvesse mais de 4000 novos casos por ano. As mulheres a quem é diagnosticado cancro da mama têm de aceitar o trauma de uma doença possivelmente mortal e a possibilidade de cirurgia mutiladora (Ogden, 2004). Não é, portanto, fácil aceitar tal realidade e metamorfose sem haver uma desinserção da paciente. É importante, por isso, perceber o papel simbólico da mama, entender o conceito de beleza como uma construção social mediatizada nas últimas décadas, compreender a importância da representação e auto-percepção corporal para melhor intervir nesta tão importante área da nossa vida social.

Por isso, os próximos posts vão ser dedicados a este tema e ao esclarecimento de mitos e tabús, através da publicação de uma parte da tese da minha Pós-Graduação realizada acerca deste tema específico. Mais esclarecimentos podem ser solicitados por telefone ou e-mail (ver contactos).

Friday, May 22, 2009

Liderança "à Mourinho" ou Como podem os treinadores ganhar com a Psicologia do Desporto?



A teoria é, muitas vezes, interessante de ler mas acaba por não explicar concretamente quais os benefícios que um treinador de qualquer modalidade pode ganhar ao ter o o apoio de um Psicólogo. Por isso, é mais do que justificado que se perguntem sobre o que poderão ganhar com esta parceria.

Em primeiro lugar, pode verificar comprovadamente (através de relatórios e gráficos) qual o seu estilo de liderança e se é - ou não - adequado à sua equipa [isto é válido para dirigentes de quaisquer tipos, desde que coordenem equipas de pessoas - recursos humanos].

Em segundo lugar, e após saber o seu estilo, pode reforçar ou diminuir elementos da sua postura, comunicação, etc. de forma a garantir uma liderança mais clara e eficaz. Tudo isto potencia a performance dos atletas, levando à obtenção dos objectivos iniciais.

Em terceiro lugar, pode conhecer melhor os seus jogadores, as suas sensibilidades e potencialidades, ajudando-os a superar obstáculos.

Pode ainda perceber a dinâmica e a coesão do grupo, identificando líderes que podem ser peças-chave para o aumento do rendimento de toda a equipa.

Em quinto lugar, pode trabalhar (jogador a jogador) as principais limitações destes - sejam concentração em campo, concretização, etc. Existem inúmeras técnicas cognitivo-comportamentais que ajudam a superar barreiras, levando ao objectivo final.

Pode ainda contar com o apoio do Psicólogo na mediação da relação com os pais dos jogadores (em escalões de formação). O Psicólogo pode, junto dos educadores, harmonizar a, por vezes, conflituosa relação nas bancadas. Uma das medidas poderá ser a organização de workshops, envolvendo os pais na vida desportiva dos filhos de forma saudável.

O treinador, com este auxílio do Psicólogo, pode também encontrar formas dinâmicas e divertidas de melhorar a auto-estima dos atletas e a sua motivação para treinos e jogos. Existem várias estratégias já implementadas com bastante sucesso.

Ao longo da minha passagem pelo Vitória de Setúbal F.C. pude perceber estas e outras necessidades que - num trabalho feito com uma equipa multidisciplinar - podem ser superadas. A Psicologia do Desporto é uma ciência comprovada, usada nos maiores clubes do Mundo e mensurada através de relatórios antes/depois em que os resultados são evidentes.


Mais informações acerca das sessões de Coaching para ser um líder "à Mourinho" - tatiana.a.santos@clix.pt

O que é a Cyber Dependência?



A Personalidade Dependente está subjacente à maior parte das adições. As justificações podem ser muitas mas o consumo como forma de preencher o "vazio" é transversal à maior parte delas. Como tal, enquanto há quem dependa de drogas, jogo, compras, nicotina, cafeína ou benzodiazepinas, outros são viciados em Internet e Computadores.

Este problema foi diagnosticado como “distúrbio de adição à Internet”, e estima-se que entre 6% a 10% dos aproximadamente 189 milhões de americanos utilizadores de PC sofram do problema que afecta a vida normal, o relacionamento familiar, social e profissional causando stress severo.

O problema em si não reside no Computador ou na Ligação à Rede mas sim na patologia ou estrutura de personalidade que o utilizador já tem como base. Provavelmente, se não se tornasse dependente de computadores, tornar-se-ia dependente de químicos, álcool ou mesmo de pessoas, mostrando-se incapaz de estar sozinho e de representar simbolicamente a ausência do outro, arranjando novas relações imediatamente após o término das anteriores. A Internet tornou-se "apenas" um novo alvo e uma nova forma de preencher o vazio. Não deve ser encarada negativamente, até porque, muitas vezes, é tábua de salvação de situações patológicas graves em que o único vínculo social é apenas a Web.

Assim, mais do que condenar a Internet ou amaldiçoar os Computadores a pessoa e a família devem procurar ajuda. Este é - sobretudo - um sintoma de disfunção familiar, de falta de diálogo e suporte. Trabalhadas estas questões com o paciente e com a família (em grupo ou individualmente) os resultados atingidos são bastante positivos.

Procure uma opinião especialista!

Thursday, May 21, 2009

Campanha contra a Violência Doméstica



Council of Europe
www.coe.int

O Direito a Ser Criança!



Muito se tem falado nos últimos anos de abuso sexual da criança. Hoje, passado bastante tempo, todos nos questionamos sobre as medidas tomadas relativamente a esta questão. A conclusão a que chegamos é que pouco ou nada foi feito. Os abusadores passaram a ser mais discretos, não houve qualquer intervenção feita com agressores de menores para reduzir o risco de recidivas e de perigosidade e, infelizmente, também pouco se fez com estas crianças, com estes jovens que cresceram à força tornando-se, muitos deles, homens inseguros, revoltados, deprimidos. É preciso que haja quem esteja atento aos sinais... professores primários, familiares, vizinhos. É demasiado doloroso para uma criança contar que é vítima. Sente-se humilhada, sabe que não vão acreditar, o agressor até é o seu pai que lhe diz ser especial e, no fundo, os actos sexuais são actos de carinho. Os sinais podem ser muitos. Desde brincadeiras sexualizadas, a isolamento nos recreios, enurese, corrimento vaginal, etc.

Trabalho também é preciso fazer com os abusadores. Para que não volte a acontecer, para melhor compreender o seu comportamento, para proteger os meninos de futuros abusos. O trabalho deve ser feito na comunidade (antes do crime), nos estabelecimentos prisionais (sob a forma de psicoterapia e acompanhamento) e na reinserção social do sujeito (para que se possam prevenir comportamentos desviantes). Para isto, é preciso o envolvimento de toda a Sociedade. Todos nós temos de lutar para dar a todos os meninos o direito de serem crianças.

___________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Antidepressivos e Placebos - Explicações do Dr. John Breeding, PhD

Muito expressivo, sem dúvida, este conhecido Psicólogo do Texas.



Mais informações sobre o orador, na sua página Web

http://www.wildestcolts.com/john/john.html

Sinais do Corpo... Dores da Alma



Muitas vezes deparamo-nos com sinais manifestados no corpo sem razão aparente. Após exames e análises, os médicos concluem que nada de errado há com a pessoa, mandando-a para casa. O facto é que os sintomas persistem. Após um divórcio, um luto difícil, uma situação ou vivência complicada, não é raro estes episódios ocorrerem. Muitas vezes chegam mesmo a agravar-se para desespero do/a paciente e dos familiares e amigos que acompanham o processo. O facto é que, na maioria dessas situações, a mente fala-nos através do corpo e esses sintomas devem ser assim interpretados para que, compreendendo as manifestações, se possa também compreender o problema emocional subjacente.

Casos existem em que pacientes, durante situações de luto, registam falta de força nos membros inferiores ou dores musculares. Após algum trabalho consegue perceber-se que o falecido seria percepcionado como um pilar. Assim, o sofrimento psíquico – por ser demasiado forte para ser tolerado sem apoio – acaba por ser transposto para o corpo sob a forma de sofrimento físico, mais fácil de tolerar e compreender. A falta do “pilar” traduz-se simbolicamente em falta de força nas pernas. Uma situação grave guardada há tempo a mais, muitas vezes, aparece sob a forma de rouquidão ou mutismo como sinal simbólico de que algo está por dizer e não é mais tolerado pelo psiquismo. Quero com isto dizer que, muitos sintomas físicos de causa aparentemente biológica, são sim situações de sofrimento psicológico que, quando devidamente acompanhadas, são resolvidas da melhor forma.

_________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Friday, May 15, 2009

Woody Allen e a Psicanálise...

Para desanuviar, aqui fica um pouco do humor ácido e psicanalítico do Woody Allen

Thursday, May 14, 2009

(Hiper) Actividade?



Actualmente, a maior parte dos membros da comunidade médica parece ter “dedo rápido no gatilho” no que toca a diagnosticar às nossas crianças a tão badalada Hiperactividade. Nestes diagnósticos não se despistam outras causas para o aparente excesso de movimentação. Parece que nem o facto de serem apenas crianças justifica a agitação. Este diagnóstico acaba por vir facilitar a vida dos pais e prestadores de cuidados que não têm tempo e, muitas vezes, paciência para o turbilhão de movimentos de uma criança. A Ritalina dá-lhes uns momentos de descanso antes ou depois de um dia de intenso trabalho. Não há espaço para o brincar a que, felizmente, outras gerações de crianças tiveram direito sem rótulos patológicos.

É também importante referir que as crianças se comportam de modo diferente dos adultos. Um adulto deprimido manifesta-se através de um abatimento a que se podem associar a outros sintomas. Uma criança poderá manifestar a presença de uma depressão através de um aumento da sua agitação. Daí que a depressão infantil possa confundir-se com Hiperactividade e aparecer mascarada pelo movimento. Fenómenos sociais e problemas nas relações de pares poderão também justificar a falta de atenção que muita vez ocorre na escola. Quando obtiver um diagnóstico de hiperactividade para o seu filho, não o aceite como única hipótese explicativa. Procure sempre uma opinião de um técnico de Psicologia. Existem outros diagnósticos possíveis que precisam também ser despistados e outras terapêuticas sem ser a farmacológica.

___________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Viver Sob a Ameaça



Desde os primórdios da existência humana que procuramos conforto, segurança e estabilidade. O homem deixou de ser nómada para se estabelecer e desenvolver em torno de si todos os mecanismos que lhe permitiriam assegurar a perpetuação da espécie. Temos estudado, evoluído e adquirido conhecimentos inimagináveis estarmos seguros e sabermos com o que contar e como agir entretanto.

Contudo, pelo Mundo, muitos são aqueles que vivem sem os elementos básicos necessários ao bem-estar físico e psicológico do Homem. Muitos vivem sem higiene, sem segurança, sem alimentação e, sobretudo, sem liberdade. A guerra e as alterações climáticas são as causas que geram o maior número de refugiados. Famílias inteiras deslocam-se sem tecto em busca de um local onde a compreensão possa dar colo à instabilidade. Como se não bastasse o facto da guerra gerar todo este sofrimento, ainda existem políticas que fomentam o medo para que, alimentando a insegurança, possam assegurar valores como o patriotismo ou justificar políticas belicistas e descontroladas. Desde o 11 de Setembro que o Mundo conheceu uma realidade: nada é infalível e a segurança não é garantida a 100%, como era apregoado. Isto veio mostrar a todos a verdadeira natureza do ser humano e aquilo que ele mais teme – a ameaça. No entanto, não serve de justificação para todos os erros e para todos os ataques levados a cabo em nome do combate ao terrorismo, garantindo única e exclusivamente o clima de medo e proporcionando aos governos uma forma de controlo social das massas. 

___________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Kramer contra Kramer



Todos testemunhamos diariamente, ou em nossas casas ou em residências emocionalmente próximas, situações de divórcio. São frequentes e normais (desde que não haja entendimento de ambas as partes) sem que, no entanto, devam estas ser banalizadas e desvalorizadas. Ninguém deve ficar casado contra vontade (havendo ou não crianças na estrutura familiar) mas também não existe qualquer esforço por parte de muitos casais em promover o diálogo e o entendimento. Daí que alguns necessitem de recorrer a terapia familiar ou a terapia de casal – o que é uma opção habitualmente bastante frutuosa já que, quando o desentendimento surge, o passo seguinte é, à partida, o divórcio e não a conjugação de esforços para que a relação faça sentido.

Ainda no tema do divórcio surge-nos um problema com um nome aparentemente estranho: “alienação parental”. Conceito muito na moda mas que sempre existiu na prática. Desde que existe a possibilidade de divórcio que, ocasionalmente, ocorrem situações (mais ou menos graves) em que um dos progenitores tenta alienar o outro, colocando a criança contra o pai (ou mãe), inventando histórias, denegrindo a vida desse mesmo progenitor, gerando ansiedade, depressão, alterações de humor no seu próprio filho. O filho acaba por perder um dos progenitores (que é pintado como o pior de sempre) e permanece com outro que é potencialmente enlouquecedor. Neste caso é preciso alguma ajuda para que o alienador consiga superar a situação de divórcio de forma saudável e para que o alienado continue a lutar por uma criança que também é sangue do seu sangue.

___________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Monday, May 11, 2009

El Amor Es Mas Fuerte*



Há 16 anos (1993) estreava o filme “Tango Feroz: La Leyenda de Tanguito” que nos mostrava a vida de um músico de intervenção numa conturbada Argentina. “Mas o amor é mais forte”, cantava Jose Alberto Iglesias Correa – mais conhecido entre todos por Tanguito. Fazia-o de uma forma sonhadora e quase utópica apesar de ter mais razão do que poderia pensar na altura. O amor é de facto mais forte e isso é visível na recuperação e superação de obstáculos ao longo da vida. Desde perturbações de personalidade, passando por vários desequilíbrios emocionais, até mesmo doenças físicas como o cancro da mama ou o cancro da próstata podem beneficiar da importância de um companheiro/a que dê apoio incondicional.

A amizade, cumplicidade e partilha são vitais na transposição de barreiras físicas e psicológicas que, muitas vezes, se erguem de forma assustadora com um diagnóstico menos positivo. “Mais Amor, Menos Doença”, escrevia o Psicanalista Coimbra de Matos em 2003. A felicidade e o equilíbrio emocional acabam por reduzir manifestações psicossomáticas, diminuindo a sintomatologia de muitas doenças. Casos registados de cancro surgem, por vezes, após perdas de companheiros, paralisias ou falta de força são registadas após o abandono de alguém vital no sustento da relação e a lista poderia continuar por este artigo fora. Amar tem menos efeitos secundários do que qualquer antidepressivo e quem não se entrega por ter medo da desilusão, lembre-se que todas as emoções são também aprendizagens e que, por vezes, há que arriscar para se poder colher. Continuando nos motes musicais, deixo uma frase de um cantor da língua portuguesa transversal a todas as gerações – Roberto Carlos - “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”.

* O amor é mais forte. Título de uma canção de Jose Alberto Iglesias Correa, cantor de intervenção Argentino.

______________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Saturday, May 9, 2009

Quando a Experiência é um Fardo



Um novo milénio chegou e com ele mais tecnologia, mais globalização... a era da comunicação sem fronteiras, uma outra aurora de desenvolvimento. A electricidade substitui o toque, o trabalho substitui a família. Não há limites ao poder do Homem. Mas a idade avança. Os dias passam e os anos correm. Não há máquina ou vacina que o impeçam. E sempre que amanhece, algo em nós foi desactualizado. Uma franja da população, que cada vez é maior, vive diariamente a exclusão desta sociedade que galopa no tempo. O Homem torna-se velho e inútil aos olhos da sociedade que parece não ter mais espaço para si.

É preciso ter consciência de um fenómeno que alastra à medida que estas linhas vão sendo escritas. Compete aos técnicos de reabilitação e inserção social, sociólogos, psicólogos e políticos trabalhar com estes homens e mulheres válidos, criar politicas sociais adequadas e apoiar as famílias. O cenário de envelhecimento populacional em Portugal é acentuado. Segundo a revista “Solidariedade”, os dados do anuário de 2004 divulgados pelo Eurostat, mostram que Portugal é o sétimo país da UE com maior número de pessoas com idade superior a 65 anos. Certamente já viu ser recusado um seguro de saúde ou até já lhe foi negado um cargo para o qual estava apto por causa da idade. Numa sociedade em que a juventude é central, a idade transporta um peso de inutilidade, isolamento, depressão e declínio. Não deixe que a exclusão o empurre para baixo. Erga-se, lute, procure apoio psicológico. Para mudar o Mundo, temos de começar por nos mudar a nós próprios.

___________________________________________
Contactos:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Reviver o Trauma



Todos nós já vivemos situações dolorosas, traumáticas que nos marcaram de alguma forma. Alguns de nós conseguiram superar as situações e refazer as vidas, apesar das memórias permanecerem. Outros, nem por isso. Muitas pessoas revivem diariamente situações traumáticas, são confrontadas e assombradas pelas suas memórias, conseguem recordar os contextos, os odores, os rostos... visualizam os contextos em que a situação traumática aconteceu.

Quem esteve em cenário de guerra não esquece. Ainda hoje, muitos ex-combatentes acordam a meio da noite, diariamente o seu sono é povoado de pesadelos, alguns enveredaram mesmo pelo álcool como tentativa de apaziguar a dor. Tornam-se mais agressivos, intolerantes e, diariamente, o simples visionamento de um telejornal pode ser devastador. Mulheres vítimas de violação, pessoas que testemunharam crimes, militares, bombeiros, polícias. Todas as pessoas podem, um dia, ter contacto com uma situação que as marque e perturbe o bom funcionamento das duas vidas. Ainda no passado dia 5 de Maio, um grupo de meninos que se dirigia para casa após um dia de colégio viu-se envolvido num acidente do qual resultou a morte de uma colega de 12 anos. Algumas destas crianças resolverão, utilizando os seus recursos cognitivos e emocionais (e sempre com o apoio dos pais e educadores) o trauma do acidente. Outros não. A Psicologia Clínica intervém nestas áreas ajudando a superar o trauma e a ganhar competências. Nunca como antes, mas com mais uma experiência na bagagem da vida.

__________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Friday, May 8, 2009

Treinar Treinadores



O Coaching é uma das áreas mais interessantes de trabalho. Saber gerir, saber treinar, saber coordenar equipas também se aprende. Nem todos os líderes usam as melhores estratégias de comunicação, nem todos os dirigentes sabem avaliar correctamente as suas equipas, nem todos os treinadores conseguem manter os atletas unidos. Estas técnicas aprendem-se, trabalham-se com o objectivo de melhorar a performance do grupo e de aumentar o rendimento e os bons resultados. Os “treinadores” são habitualmente Psicólogos – das organizações, do desporto, com formação em Coaching, etc.

As estratégias usadas para potenciar um treinador de futebol não diferem muito das usadas com altos dirigentes de empresas de topo. Entre o que se treina está a capacidade de avaliar eficazmente os resultados produzidos pela equipa, estão também as competências comunicacionais de forma a que seja transmitido exactamente o que se pretende (sem interpretações dúbias ou subjectivas por parte do grupo). Avalia-se ainda a atribuição de reforço positivo sempre que se pretende reforçar um comportamento correcto e treinam-se as competências atencionais através de vários exercícios (visualização mental, por exemplo) de forma a conseguir-se antecipar dificuldades e melhorar o resultado. Um bom treinador ou dirigente é o segredo para o triunfo de qualquer equipa. Daí que seja importante que estes invistam no seu próprio treino de modo a poderem ampliar as suas potencialidades, perceber e corrigir os seus erros e rumar ao sucesso sem limites.

___________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Conhecer o Meu Corpo Para Saber Quem Sou



Todos os dias se fala - ao de leve - de questões ligadas à sexualidade sem, no entanto, a elas ser dada a devida importância. Existem vários mitos e tabus ligados aos métodos contraceptivos, às doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), às relações sexuais entre o casal, etc. Um dos mitos prende-se com o papel da mulher na dinâmica familiar. Muitas são as mulheres que ainda acreditam que é sua obrigação a satisfação sexual dos maridos – mesmo que seja contra a sua vontade. Muitas são aquelas que são forçadas a praticar actos sexuais não desejados com os companheiros sem perceberem que este se trata de um crime de violação, apesar de se dar dentro da própria casa, com o cônjuge.

Várias mulheres ainda persistem em ter relações sexuais sem protecção apenas por ser essa a vontade do parceiro. Conhecem a existência da pílula, mas não sabem que a podem obter gratuitamente nos Centros de Saúde e que podem solicitar consultas de planeamento familiar. Nunca lhes foi explicado que, para que os contraceptivos orais sejam eficazes, necessitam de cuidados durante a toma e que os antibióticos e outros factores podem cortar o efeito desejado. É importante que a educação sexual não seja apenas levada às escolas mas também aos adultos. Adultos bem informados e conhecedores do seu corpo, serão bons educadores no futuro e terão filhos mais preparados. Assim se aposta na prevenção primária, de que tanto se fala. O corpo diz respeito a cada ser humano. Ninguém tem de ser forçado a usá-lo contra vontade. É preciso ouvi-lo, saber interpretá-lo e saber dizer não!

___________________________________________
Contactos:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Thursday, May 7, 2009

Avaliação Neuropsicológica



As Neurociências desenvolveram-se com a evolução do conhecimento sobre o cérebro e, consequentemente, sobre o sistema nervoso. Sempre o ser humano se questionou acerca da localização da mente, da sabedoria e do conhecimento. Actualmente, a Neuropsicologia constitui-se num campo interdisciplinar no qual se cruzam áreas como a neurologia, neuropsiquiatria, neuroanatomia e neurociência cognitiva. Foram os Gregos quem primeiro se debruçou sobre esta ciência e foi Platão o responsável pela origem do conceito de Saúde Mental. Desde então várias foram as escolas e correntes que estudaram a mente humana.

A avaliação neuropsicológica compreende então um conjunto de técnicas que permitem avaliar com exactidão o estado cognitivo e comportamental do doente. Trata-se de um processo que compila informação proveniente de inúmeras fontes de modo a conseguir perceber-se quem é o paciente, de que forma este funciona e o que estará na origem do que o leva a não funcionar melhor. É usada em vários contextos e com objectivos diversos. É muito frequente em reabilitação neuropsicológica, usada também em serviços psiquiátricos e serviços de Neuropsicologia, ainda em contextos educacionais / vocacionais, em meio judicial e também sempre que se pretende avaliar se os sujeitos são competentes para viverem em independência ou para retomarem um posto de trabalho. Actualmente, os estados demenciais como Alzheimer motivam muitas destas consultas. Procure um Psicólogo com formação em Neuropsicologia se pretender uma avaliação ou iniciar um processo de reabilitação cognitiva.

___________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Pedido de Socorro



Muitos pais surgem preocupados com questões ligadas aos chamados “problemas da eliminação”. Nomeadamente, enurese (não retenção da urina) e encoprese (retentiva ou não retentiva das fezes). Como é compreensível, estes pais não sabem lidar com tais problemas dos seus filhos. Para além do desespero e do problema familiar em si, a enurese e encoprese tornam-se um problema relacional que conduz, com muita frequência, ao isolamento social da criança face aos pares e a uma exclusão progressiva que pode levar a outro tipo de consequências.

Vários podem ser os problemas na origem destes comportamentos. O primeiro despiste a fazer é o médico. É importante dirigir-se ao médico de família com o seu filho ou filha e tentar compreender se existe algum problema orgânico por trás. Caso não exista nada biológico na origem do problema a causa será, certamente, emocional. Quando o corpo de uma criança se manifesta desta forma, trata-se claramente de um pedido de socorro que não pode nem deve ser ignorado. Uma criança não dispõe de mecanismos elaborados para conseguir gerir emocionalmente alguns problemas que surgem ao longo da sua vida. Muitas crianças apresentam no corpo aquilo que não conseguem exprimir de outro modo. O papel do Psicólogo é ajudar a criança a elaborar os acontecimentos traumáticos da sua vida e a gerir as suas emoções, compreendendo os sentimentos e exprimindo-os da forma mais conveniente. Muitos problemas podem estar na origem destes comportamentos, no entanto, havendo um despiste médico prévio e não sendo detectadas outras causas, as emoções das crianças poderão estar na génese.

___________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Competitividade Saudável Vs. Ambição Desmedida



Actualmente, a situação de crise vivida um pouco por todo o Mundo moderno, faz com que todos procurem agarrar com “unhas e dentes” as oportunidades laborais que surgem. Faz com que a luta por um posto seja mais e mais renhida e com que cada cidadão sinta necessidade de se sobrepor ao colega do lado. A competitividade sempre fez parte do modo de funcionamento do ser humano. No entanto, esta competição poderá ser saudável caso se trate de uma forma de auto-superação. Competir, permite ao sujeito superar-se a si próprio e atingir objectivos e fasquias mais elevadas.

O que cada vez mais acontece em empresas e instituições não é esta forma de competição saudável e auto-superação mas uma tentativa quase “patológica” de se sobrepor ao próximo, destruindo e sabotando o trabalho do outro. Neste caso poderá haver, ou não, o objectivo da manutenção do posto ou obtenção de lucro. Pode, apenas e só, tratar-se de uma forma de funcionamento de certo tipo de personalidades que necessitam, como do ar para respirar, deste modo de imposição face ao outro. Funcionam no trabalho, como na vida social e emocional. Há quem as caracterize como pessoas que foram desinvestidas pelos pais, que sempre viram as expectativas muito baixas face a si próprias e que lutam por esta afirmação como única solução para manter alguma estabilidade mental. Não são felizes mas, na maioria das vezes, não concordam que têm um problema e consideram que o seu comportamento é normal. A consciencialização é o passo mais importante. Sem cooperação torna-se mais difícil a realização de uma intervenção eficaz.

____________________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

A Feira da Magia



A partir de agora e pontualmente, a coluna “Mente Sã” irá abordar e caracterizar alguns filmes/séries que, pelo seu argumento, merecem um parecer do ponto de vista da Psicologia. Hoje o “Óscar” Psicológico vai para uma série da produtora HBO chamada “Carnivàle” ou, na sua tradução portuguesa, “A Feira da Magia”. Esta série proporciona aos seus espectadores um verdadeiro mergulho no abismo da mente, uma abordagem sombria do livre arbítrio, da necessidade de fazer escolhas e suas consequências, do julgamento permanente e da inconstância que caracterizam a espécie humana.

Num cenário de época, com uma fotografia de qualidade excepcional nomeada para um Emmy (entre outras categorias que receberam a nomeação para este prémio), um excelente elenco retrata um período de fome e crise transversal a dois settings característicos: Um é o de uma feira itinerante - estilo freak show - onde convivem gémeas siamesas, prostitutas, um anão, um homem-lagarto, uma vidente em coma, uma mulher barbuda, um telepata cego e um jovem que tem a capacidade de curar porém, pagando um preço elevado. Por detrás do grupo, a figura sombria e omnipresente da gerência – o management – que tudo sabe e controla. O outro cenário é o de uma pequena cidade chamada Mintern onde um padre católico busca a sua verdadeira natureza, cambaleando entre a hipótese de ser um enviado de Deus ou um demónio com a forma humana. Todas estas vidas se cruzam algures no tempo e nos espaços... real e onírico, com imagens marcantes e realidades perturbadoras. Em Portugal, a série teve transmissão no canal Sic Radical. Agora a única hipótese é mesmo a compra das duas temporadas nas lojas da especialidade.

_________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

A Linguagem da Arte



Muitos técnicos deparam-se com algumas dificuldades na sua intervenção quando os seus clientes (utentes ou pacientes... este é mais um tema controverso que daria uma coluna) têm dificuldades em expressar-se. Normalmente, e falo sobretudo de crianças, quando esta dificuldade existe a melhor forma de comunicar é através da expressão artística. Muitas crianças partilham o seu universo, sem defesas, quando desenham, quando pintam ou mesmo quando tocam um instrumento.

Também válido para o adulto e até para a intervenção com o idoso, quando é moldada uma peça de plasticina, quando é pintada uma tela, tocada uma conga ou mesmo quando se dança o sentimento toma forma, ganha corpo, ganha expressão. A dor, o medo, a alegria ou a paz são transmitidas pela arte e passíveis de maior compreensão. Quantos artistas revelam que pintam ou escrevem quando estão tristes? É uma solução criativa para a contenção de uma angústia, uma maneira de conseguir libertar o afecto sem restrições, sem defesas... puro. A Arte-Terapia existe enquanto processo terapêutico que se serve do recurso à expressão de forma a conseguir uma aproximação ao mundo interno e externo do indivíduo, através de sua simbologia. Em Portugal existe uma sociedade que regula e forma arte-terapeutas. Apesar do recurso à expressão artística poder (e dever) ser usado na intervenção em psicoterapia de apoio pelos técnicos da área, quem pretender debruçar-se mais sobre este tema e tornar-se terapeuta certificado deverá fazê-lo através desta sociedade (http://www.arte-terapia.com/pt).

___________________________________________
Contactos:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

In Vino Veritas*? (O Tratamento)



Tal como prometido, nesta edição continuaremos a falar do problema do alcoolismo porém na perspectiva na recuperação e do apoio ao doente alcoólico. Tal como dissemos anteriormente, em Portugal o álcool é a maior das toxicodependências. Daí que seja de extrema importância falar de tratamento para a mesma, sobretudo numa época festiva em que tudo parece dar o mote à ingestão abusiva de bebidas alcoólicas. Existem várias teorias ligadas ao tratamento deste problema. Qual a melhor? Compete a cada um escolher em consciência e obter o máximo de informação sobre a terapêutica que vai iniciar. O facto é que o melhor tratamento é sempre bio-psico-social. Não se pode investir apenas numa das variáveis dado que o Ser Humano é complexo e multifacetado.
É necessária a desabituação física, biológica mas acima de qualquer outra coisa a reabilitação psicológica seguida de uma completa reinserção social para que a pessoa volte a ver a sua vida social, familiar e laboral reconstruída. Não nos podemos esquecer que um alcoólico, muitas vezes, bebe pelo mesmo motivo que o jogador, joga ou que o consumidor compulsivo, compra. Para preencher um vazio que é impossível de preencher de qualquer outro modo. Um vazio precoce. Uma falta básica que o acompanha desde bebé - a falta de uma mãe protectora ou de um pai que o acarinhasse. Assim sendo, a intervenção psicológica (na minha perspectiva) é a mais importante porque irá trabalhar a génese da adição de forma a que esta desapareça e não seja simplesmente transformada numa outra sob a máscara dos anti-depressivos, da heroína ou da Internet.

(*) In Vino Veritas – Latim. Provérbio Romano que significa “No vinho está a verdade”

_________________________________________
Contactos:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

In Vino Veritas*?



O facto do simbólico “sangue de Cristo” ser bebido por sacerdotes ainda serve de gracejo e é mote para muitos dizerem que “dar de beber a quem tem sede, é mandamento Bíblico”. O facto é que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo excessivo de álcool é já uma ameaça à saúde pública mundial. O álcool é uma droga lícita que provoca dependência física e psíquica. Ainda segundo a OMS trata-se de um elemento claramente carcinogénico, aumentando o risco de cancro do fígado, esófago, mama, boca, garganta e cólon (intestino grosso).

Em Portugal, o álcool é a maior das toxicodependências. O número de jovens com problemas de alcoolismo disparou nas últimas décadas e só no feminino contam-se mais de 300 mil alcoólicas no país. A condução sob o efeito de álcool é já uma “praga” e responsável por muitas das mortes que ocorrem nas estradas e mais de 50% dos reclusos em prisões portuguesas cometeram crimes directa ou indirectamente relacionados com o álcool. É também este problema que está na base de muitos episódios de violência doméstica, provoca degradação psicológica, destruição da família, défices intelectuais, deformações físicas como a cegueira e tentativas de suicídio. Estamos a falar de números num país que produz anualmente mais de oito milhões de hectolitros de vinho. O álcool é uma doença que não escolhe idade, raça ou religião mas é, na sua essência, um problema cultural. Apesar de todas as implicações, é uma patologia tratável desde que, para isso, se procure ajuda. Na próxima edição irão ser abordadas as formas de ajudar alguém com problema de alcoolismo e qual o apoio especializado que deve procurar.

(*) In Vino Veritas – Latim. Provérbio Romano que significa “No vinho está a verdade”

_________________________________________
Contactos:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Aprender com a Experiência



Uma das boas medidas colocadas em vigor há já algum tempo chama-se “Novas Oportunidades”. Esta medida permite aumentar o nível de escolaridade dos adultos que, devido aos seus percursos de vida, não puderam continuar os estudos mas enriqueceram-se e cresceram com experiências laborais, familiares, sociais, etc. Os Centros Novas Oportunidades (C.N.O.'s) têm como objectivo dotar essas pessoas de maior qualificação e, quem sabe, abrir-lhes novas portas e novos horizontes no futuro. Como funcionam estes centros? Existe uma equipa de trabalho que avalia e encaminha os alunos para o plano de formação mais adequado e uma equipa de profissionais de R.V.C.C. (Revalidação e Certificação de Competências) que trabalha em conjunto com cada aluno e com os professores de forma a levar a bom porto o seu processo de qualificação.

Sesimbra tem um C.N.O. e a primeira fornada de alunos já saiu para o terreno. A cerimónia de Sessão de Júri decorreu no passado dia 26 de Fevereiro no Centro de Estudos Culturais Raio de Luz. Num ambiente de descontracção, as histórias de vida de cada aluno foram apresentadas a um painel de júris composto pela técnica de R.V.C.C., professores e um avaliador externo. A evolução de cada participante foi notável. A maioria dos adultos nunca tinham mexido num computador e conseguiram construir uma apresentação em Powerpoint exposta com qualidade e desenvoltura. É importante que estas pessoas sejam abraçadas e reconhecidas nestes centros pois não só vêem a sua experiência transposta para créditos educativos como reconstroem a sua auto-estima perdida, trabalham a coesão de grupo, o espírito de equipa, as capacidades comunicacionais, etc. Os meus parabéns ao C.N.O. de Sesimbra.

______________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Os Avós também Amam



A sexualidade nas idades mais avançadas é, muitas vezes, entendida como errada e fundamentada em velhos estereótipos. É também frequentemente associada a insatisfação. A ideia de que os idosos não são fisicamente atraentes, não se interessam por sexo ou que não são capazes de sentir estímulo sexual vigoram ainda na nossa sociedade. Todas estas ideias, amplamente divulgadas, estão erradas pois quando o idoso dispõe de uma saúde razoável e um/ parceiro/a disponível continua a ter relações sexuais mesmo aos 80 ou 90 anos. 

Com o avançar da idade obviamente que existe uma diminuição de resposta aos estímulos – fenómeno ligado ao processo normal de envelhecimento. Mas, embora os problemas de saúde possam afectar a prática sexual, não devem impedir que o sujeito tenha uma vida sexual satisfatória. Muitas pessoas que sofreram ataques cardíacos, por exemplo, receiam que a relação sexual possa desencadear outros ataques. Contudo, este risco é muito baixo desde que siga orientações médicas. Problemas como a artrite também podem ser um obstáculo já que as dores articulares acabam por limitar a actividade sexual. No entanto, existem tratamentos cirúrgicos ou medicinais que aliviam as dores. O repouso, banhos quentes ou mesmo mudanças de posição durante o acto sexual podem facilitar. Anteriormente, a terceira idade era sinónimo de entrega ao ócio, à acomodação e depressão. Com a mudança dos tempos os idosos viajam, brincam, dançam, cantam e descobrem novos parceiros afectivos. Afinal os avós também sentem, amam e precisam desse espaço de ternura nas suas vidas.
  
___________________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Quando a Revolução Vem de Dentro



A Revolução de Abril ou dos Cravos foi, como todos sabemos, um exemplo de revolução pacífica. Contudo, nem todas as revoluções são pacíficas. Muito menos as que iniciamos dentro de nós próprios. Assim é o processo psicoterapêutico, independentemente da corrente e da filosofia do mesmo. Uma revolução interior, difícil, dolorosa e tudo menos pacífica. “Mas” - perguntam-se - “Será que todas as transformações interiores têm de ser assim?”. Pode haver quem discorde da minha opinião que, mais uma vez volto a frisar, é pessoal e é fundamentada na minha experiência académica e profissional. Contudo, acredito piamente que não haja transformação interna sem dor. Não se podem romper amarras de toda uma vida, não se podem compreender sofrimentos antigos que nos deixaram profundas cicatrizes na alma – cicatrizes essas que nos habituámos a esconder dos outros e de nós mesmos – sem que haja sofrimento associado, sem que haja angústia, sem que haja uma percepção e insight muitas vezes penosos para o paciente.

Sendo assim, porque devemos levar a cabo tão difícil missão? Porque a nossa vida depende também – e muito – do nosso bem-estar psicológico. Porque compreendermos a nossa maneira de ser, percebermos quem somos e porque somos é a chave para o nosso equilíbrio emocional. Porque quando vivemos uma vida inteira de sofrimento, aparentemente inexplicável, precisamos mergulhar no mais profundo dos abismos (muitas vezes em “apneia”) para podermos regressar à tona, revigorados, iluminados e preparados para outras etapas. A Psicologia e a Psicoterapia dão o apoio necessário para que esse “mergulho” não seja solitário. Para que exista uma “bóia salva-vidas” no momento certo. No entanto, toda a descoberta dos “destroços desse navio naufragado” que é, quase sempre, a nossa infância é feita pelo paciente. É ele quem procura e encontra a sua verdadeira natureza.

____________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

O Último Tabú



Em primeiro lugar quero frisar que as opiniões expressas na coluna “Mente Sã” traduzem a minha opinião pessoal acerca dos temas e não retratam qualquer ponto de vista institucional. O tema de hoje é, novamente, polémico. Desde tenra idade, todos os tabús vão sendo transpostos e quebrados. Com o advento da Internet, maior acesso se passou a ter a todo o tipo de assuntos. A sexualidade foi uma das primeiras barreiras a cair com o passar dos anos. O sexo na Internet, nas televisões, na literatura tem sido uma constante na evolução do Homem. A morte – por sua vez – é a última fronteira. Não é cedo que dela existe uma real percepção. Por isso, recorremos à fé para que tenhamos algum suporte nesta enigmática missão que é viver e deixar de o fazer. Há os que acreditam num Mundo melhor, em Inferno, Céu e meios-termos, há aqueles que se preocupam com o que fazem hoje para terem boa vida amanhã e há os que não se ralam muito com o dia-a-dia porque, “assim como assim” já está tudo estragado no pós-vida.

O facto é que viver é um dos poucos (senão o único) direito alienável de que dispomos. Por mais que choque a maioria da comunidade pró-vida, contra-aborto, pró-etc. o facto é que manter uma pessoa em estado vegetativo durante 17 anos numa cama, não só não assegura os tão apregoados direitos humanos, como os viola: os da paciente e os da família. Os familiares e amigos precisam de ter a oportunidade de fazer o luto e a pessoa em questão precisa ter o direito a morrer com alguma dignidade. O problema é haver quem lhe chame ainda o terrível e quase Adamastor nome de “Suicídio Assistido” em vez de “Eutanásia” ou “Morte Digna”. Este é um tema (entre inúmeros) que precisa de ser debatido e falado ao nível governamental.

______________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

Os Bestiais e as Bestas



Todos nós temos tendência para colocar em pedestal pessoas que admiramos. Idealizamos namorados, filhos, pais e até treinadores de futebol. Quando alguém corresponde ao sonhado e delineado por nós, todos os outros ficam abaixo dessa fasquia e acabamos por enviesar os nossos julgamentos que, como se não bastasse, se baseiam em preconceitos. Ora para se estar no topo da idealização, nada melhor do que ser popular. Apelar aos nossos inconscientes colectivos, à mãe que todos buscamos numa Nossa Senhora do Caravaggio, dar a cara por publicidade próxima do povo, alternar humores entre risos e agressões... no fundo, saber usar demagogia e ser um pouco político. A este perfil apenas corresponde Scolari. Mas o Scolari já não treina Portugal. Já não é o idealizado milagreiro protegido pelos milagres da Virgem. O nosso treinador é Carlos Queirós. Um homem com experiência nacional e internacional, “low profile” ou seja, discreto, ponderado e muito pouco “povão”.
Sai um homem das massas, habituado ao calor e histrionismo Brasileiros e entra um “português suave”, acostumado com as névoas e baixas temperaturas do Reino Unido. Não são estas características que dão ou tiram competências. Contudo, Carlos Queirós veio como o remendo que substituiu aquele que já se pensava que tinha lugar cativo no país. Ocupou o cargo com baixas expectativas, com mais intolerância, com menos carinho por parte dos Portugueses. Quando o feedback é todo negativo e as frases que se ouvem em burburinho são tão animadoras como um “já não passamos desta” ou “com tácticas assim, ninguém lá vai”, a própria pessoa acredita na impossibilidade da concretização dos objectivos. Assim, nem a Virgem do Caravaggio faz milagres.

______________________________________
Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt