http://www.facebook.com/youzen.psicologiaemeditacao

Monday, November 30, 2009

Livro recomendado: Vária. Existo Porque Fui Amado (Coimbra de Matos)


Vária. Existo Porque Fui Amado
António Coimbra de Matos
Editora Climepsi (texto abaixo retirado da página da editora)

Da psicanálise ele defende o melhor: o método; a máquina de ouvir doentes de que falava Freud. A cientificidade e o contributo original da psicanálise derivam deste instrumento de audição de pessoas, sem preconceitos, dias a fio, meses a fio, anos a fio, com profundidade, discernimento e inteligência.
É o homem que se esconde atrás da obra, em vez do psicanalista narcísico e do pensador por direito divino.
Imune ao pós-modernismo, Coimbra de Matos não fala daquilo que não sabe, nem apresenta conjecturas como se de certezas se tratasse. Dá lugar ao desconhecimento e aos limites do conhecimento.

Preço normal: 17,50€
Preço com desconto: 15,75€


ISBN: 978-972-796-273-0
Páginas: 180
Data de Publicação: 10/2007
Colecção: Obras de A. Coimbra de Matos

12 Homens em Fúria - 12 Angry Men

Um fantástico filme sobre a escalada do conflito, a negociação e a comunicação interpessoal. A prova de que um bom filme não necessita de efeitos especiais.

Sunday, November 29, 2009

Foto do Dia: Momentos Rurais (Rui Pires)


Momentos Rurais - por Rui Pires

Saturday, November 28, 2009

Lendas da Psicologia: Édipo


As personagens da mitologia grega exerceram sempre uma forte atracção sobre a cultura Ocidental. Entre elas, a figura de Édipo merece destaque especial pelo constante fascínio e pelas inúmeras interpretações de que foi objecto.
A primeira menção escrita à tragédia de Édipo aparece num trecho da Odisseia, de Homero mas a lenda, de origem provavelmente muito remota, inspirou outros autores antigos, cujos trabalhos se perderam. Sófocles, no século V a.C., narrou a história da personagem em três das suas obras mais notáveis: Édipo rei, Édipo em Colona e Antígona.

Édipo, cujo nome significa "o de pés inchados", era filho dos Reis de Tebas, Laio e Jocasta (a quem Homero chamou Epicasta). O oráculo do deus Apolo em Delfos profetizou que, quando chegasse à idade adulta, ele mataria o pai e se casaria com a mãe. Laio, horrorizado, ordenou que o filho fosse abandonado no bosque, com os tornozelos amarrados por uma corda. Um pastor encontrou a criança ainda com vida e levou-a a Corinto, onde foi adoptada pelo rei Políbio.

Já adolescente, Édipo ouviu também a profecia do oráculo e, acreditando-se filho de Políbio, fugiu de Corinto para escapar ao destino. No caminho, encontrou um ancião acompanhado de vários servos. Desentendeu-se com o viajante e matou-o, sem saber que era seu verdadeiro pai, Laio. Ao chegar a Tebas, Édipo encontrou a cidade desolada. Uma esfinge às portas da cidade propunha aos homens um enigma e devorava os que não conseguiam decifrá-lo. A rainha viúva, Jocasta, prometera casar-se com quem libertasse a cidade desse monstro. Édipo decifrou o enigma e casou-se com sua mãe, consumando a profecia.

Desse matrimónio nasceram quatro filhos: Etéocles, Polinice, Antígona e Ismene. Passado o tempo, uma peste assolou Tebas e o oráculo afirmou que só vingando a morte de Laio a peste cessaria. As investigações que se seguiram e as revelações do adivinho Tirésias demonstraram a Édipo e Jocasta a tragédia de que eram protagonistas. A rainha matou-se e Édipo vazou os próprios olhos e abandonou Tebas, deixando o seu cunhado Creonte como regente.

Acolhido em Colona, perto de Atenas, graças à hospitalidade do rei Teseu, Édipo morreu misteriosamente num bosque sagrado e converteu-se em herói protector da Ática. A maldição de Édipo transmitiu-se a seus filhos, que tiveram igualmente destino trágico.

A tragédia de Édipo ilustra a impossibilidade do homem lutar contra o destino, valor situado na base da mentalidade grega, formada sob a égide da mitologia até o advento da filosofia. No século XX, o compositor russo Igor Stravinski criou o oratório Édipo rei e os escritores franceses André Gide e Jean Cocteau retomaram o mito em obras literárias. Freud, criador da psicanálise, renovou o interesse pelo tema ao designar como "complexo de Édipo" uma fase crucial do processo de desenvolvimento normal da criança: o desejo de envolver-se sexualmente com o progenitor do sexo oposto, aliado a um sentimento de rivalidade em relação ao progenitor do mesmo sexo.

Being There - Bem Vindo Mr. Chance

Trata-se um filme de 1979, com o já falecido e grande actor Peter Sellers, contracenando com uma lindíssima e jovem Shirley McLaine. O filme mostra-nos o percurso de um homem simples, com fortes limitações cognitivas mas com um bom coração e talento para a jardinagem. A forma como as suas frases foram descontextualizadas consoante os interesses políticos é brilhante. Os obstáculos à comunicação, a importância do contexto, da comunicação não verbal, etc. encontram-se todos presentes neste clássico do cinema...
... no fundo, talvez a vida seja mesmo um jardim com épocas para tudo, com necessidade de amor e rega para que possamos mais tarde colher os frutos. Talvez Chance tenha sempre estado do lado da razão. Complicamos demais? Julgue por si.

Citação - Oscar Wild


"The best way to make children good is to make them happy". - Oscar Wilde

Thursday, November 26, 2009

Viagem em busca do Self


Em alturas de crise, muitas vezes o ser humano sente a necessidade de partir em busca de si mesmo, tentando encontrar um sentido para a sua vida, os “porquês” a tantas questões por responder, a solução deste difícil puzzle que é a vida. Existência sem livro de instruções que nos envolve e abana sem aviso prévio. Esta busca nunca é fácil e, muito menos, indolor. Faz-se retrocedendo no tempo até ao início de nós. Á época em que tudo era frágil e os dois braços maternos seriam o melhor e o pior do nosso Mundo.

Há quem busque as respostas em análise. Quem tente alcançar os comos e porquês atravessando o deserto árido da exploração pessoal até ao âmago do inconsciente. Há, porém, quem busque as soluções mais fáceis recorrendo a substâncias exteriores que induzam estados alterados de consciência com o único propósito de descobrir a verdade. Intitulam-se Xamãs modernos. Sairam das selvas para os “matos” urbanos. Trocaram as árvores pelos edifícios. Não idolatram animais ou as árvores mas computadores, LCD's, concertos e grandes produções de Hollywood. Não pretendem, verdadeiramente, o insight mas preencher um vazio existêncial e materialista, disfarçado de iluminação. Não sabendo exactamente o que procuram, experimentam uma multiplicidade de sensações, de cores, de texturas até encontrarem o seu Self.

Até o encontro consigo mesmos que... nunca se dá. Esta busca permanente de algo indefinido não é solucionada com transes ou com rituais. Não é o exterior que nos põe em contacto com o nosso Eu senão nós próprios. Quando a personalidade é frágil, quando existe historial de descompensações ou desequilíbrios anteriores, uma pseudo-viagem-para-conhecimento-pessoal-induzidas-por-substâncias pode potenciar surtos psicóticos, alucinações, etc. Um surto, uma vez iniciado, pode ser difícil senão impossível de controlar. Sobretudo quando falamos de Trips despoletadas em centros onde supostos técnicos dão supostas indicações sobre como “viajar” internamente sem esquizofrenizar... muito!

Vários são os casos que chegam às urgências psiquiátricas por descompensação psicótica. Vários me chegaram por desequilíbrios provocados por rituais descontextualizados do seu tempo e espaço. Não somos Xamanes, não somos índios. Somos apenas seres em busca de nós. Esse encontro não é feito com ervas ou mediadores espirtituais.

Curso - Comunicação Interpessoal e Assertiva (Palmela)



























Uma das grandes mais-valias de um profissional é a sua capacidade de ser assertivo.

Ser assertivo (e não agressivo) é comunicar-se de maneira franca, aberta, adequada, sem provocar constrangimentos.

A falta de assertividade é a causa mais comum de muitos conflitos e mal entendidos (no trabalho, casal, família, amigos).

Sendo Assertivo irá:

- Reduzir os conflitos interpessoais
- Obter uma Liderança clara, directa e eficaz
- Negociações bem conduzidas
- Melhor planeamento no trabalho
- Melhoria no clima organizacional
- Clientes satisfeitos com o atendimento
- Pessoas mais seguras, satisfeitas e menos stressadas.

Inscrições abertas

http://www.institutolg.com

Animação em Areia - Ксения Симонова

Areia, tempo, ciclos de vida... brilhante

Livro da Semana: Culpa e Depressão (Grinberg)


CULPA E DEPRESSÃO
León Grinberg

Editora Climepsi

"Este clássico da literatura psicanalítica teve a primeira publicação em 1963, sendo sucessivamente reeditado ao longo dos anos. Esta edição contém um apêndice em que Grinberg actualiza algumas ideias e aborda novos conceitos como o fenómeno do «fio da navalha», entre outros".

Preço normal: 20,95€
Preço com desconto: 16,76€


ISBN: 972-8449-32-1
Páginas: 288
Data de Publicação: 01/2000
Colecção: Obras de León e Rebeca Grinberg

Wednesday, November 25, 2009

A Perfect Circle - Blue

Tuesday, November 24, 2009

Garmonbozia - dor e sofrimento


O Universo de David Lynch pode ser definido com inúmeros adjectivos: rico, doloroso, ansiogénico, persecutório, psicotizante, orgânico, angustiante, colorido, sombrio, profundo, depressivo, caótico, etc. Cada obra de Lynch é uma tela onde o espectador constrói a sua realidade, a sua interpretação simbólica.


Cheios de situações tocantes e ameaçadoras da nossa integridade, os filmes de Lynch parecem gerar nos espectadores uma de duas emoções: AMOR e ÓDIO. Existe um grupo de seguidores do realizador, no qual me incluo estando a realizar o meu Doutoramento nesse tema e um grupo de Anti-Lynch que não suportam qualquer forma de expressão do autor. Séries como Twin Peaks e filmes como Eraserhead, Mullholland Drive, Dune, Lost Highway ou Blue Velvet marcam o meu imaginário desencadeando emoções e sintomas físicos que ainda hoje não explico em bom rigor.



De uma forma pessoal, pareço retroceder a um período primitivo e precoce, onde as angústias de morte e desfragmentação povoavam o meu inconsciente, de forma pouco ou nada estruturada. Este período em que o caos imperava e em que o orgânico, a par com o psíquico, dominavam emerge durante cada filme, remetendo-me para os horrores da iminente destruição, da dúvida, da insegurança... Não tenho dúvidas de que, se Lynch não fosse absolutamente genial, seria rotulado de louco, institucionalizado e medicado. Felizmente a faísca da criatividade rompeu e o seu talento, a par da excentricidade, foi bem sucedido.

Observatório sobre Violência Contra as Mulheres


































A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, enquanto Coordenação em Portugal do Lobby Europeu das Mulheres (LEM), e a Associação de Mulheres Contra a Violência, representante de Portugal no Observatório Contra a Violência do LEM, convidam-na/no a participar na Reunião de apresentação do Ramo Nacional do Observatório sobre Violência Contra as Mulheres do Lobby Europeu das Mulheres, que terá lugar no próximo dia 28 de Novembro, no Hotel Sana Reno, em Lisboa.

As inscrições são livres mas sujeitas aos lugares disponíveis. Inscreva-se até 27 de Novembro.

Mais informações no site da Plataforma em www.plataformamulheres.org.pt

Einstuerzende Neubauten - The Garden

Tuesday, November 17, 2009

O Início do Fim


Crónica Publicada no JORNAL DO PINHAL NOVO
COLUNA: DO OUTRO LADO DO ESPELHO
17-Nov-2009

A propósito da recente morte que abalou o mundo do futebol – o do jovem Robert Enke, de 32 anos – quase tão mediático como o do não menos jovem e conhecido actor Heath Leadger, hoje o tema do “Outro Lado do Espelho” é esse assunto difuso e assustador que se prende com o facto de se poder colocar termo à vida. Quando esta é a única opção, a morte não termina apenas um ciclo mas é também uma forma desesperada de comunicar uma dor profunda. Robert Enke era um jovem adulto que tinha recém perdido a sua filha de dois anos. Enfrentou uma depressão profunda que escondia dos meios de comunicação social, temendo prejudicar a sua carreira. Como Enke, encontram-se muitas outras pessoas.

Assinalarei nesta crónica, o suicídio que decorre na fase correspondente à adolescência já que, depois dos acidentes de viação, o suicídio é a segunda causa de mortalidade entre os jovens. Cerca de 1000 jovens entre os 15 e os 24 anos morrem todos os anos por suicídio. A tentativa de suicídio é verdadeiramente o tipo de gesto que assume múltiplas estratégias e intenções. Acontece muitas vezes num clima de impulsividade e representa, evidentemente, um virar da agressividade contra si. Constitui um ataque contra o corpo e tudo o que ele representa, mas é também uma forma de provocar a reacção dos outros. Além disso, levanta o problema da depressão e das ideias de morte cuja frequência, nesta época da vida, se conhece bem.

Mas o que poderá levar um jovem a cometer um acto como o suicídio? Várias situações podem estar na origem deste problema. Desde o desespero de abandono em que uma separação é sentida como uma queda num abismo de morte, à ruminação obsessiva em que o comportamento suicidário representa uma forma de dizer que nada nem ninguém estará a altura de entender e ajudar quem se tenta suicidar. Passando por um modo de destruir a dor, induzindo uma dor mais aguda (mas contida) que absorva toda a vida interior, todos os afectos e que é suportada por sintomas diversos, como a anorexia nervosa - acabando por ser um “suicídio” em câmara lenta. Até à tentativa de destruição das pessoas que foram abandónicas numa espécie de “imolação pela vingança”, em que a morte surge da expectativa de introduzir na sua mãe, no seu pai, no/a companheiro/a, os remorsos persecutórios que os mortifiquem de culpa e os matem, por dentro, devagar.

Devemos estar atentos aos sinais e sintomas. A ajuda deve ser imediata e o acompanhamento poderá prevenir o “início do fim”.

Friday, November 13, 2009

Wednesday, November 4, 2009

Ciúme Patológico ou Síndrome de Otelo


Crónica Publicada no JORNAL DO PINHAL NOVO
COLUNA: DO OUTRO LADO DO ESPELHO

Já lá vai o tempo em que o ciúme era visto como expressão do chamado amor “romântico”. Na Idade Média, este amor também se manifestava através do ciúme, da posse da mulher amada, dos homicídios passionais. Apesar de ainda assistirmos a casos semelhantes (sim, e estamos em pleno século XXI), o facto é que este amor “romântico” do qual o ciúme patológico fazia parte, caiu em desuso. E apesar de ter caido em desuso, isso não significa que tenha sido erradicado mas sim que a sociedade não o vê mais como situação normal. Tal como o próprio nome nos indica, o ciúme patológico é doentio. Não se trata de uma expressão afectiva de amor mas de descompensação e de patologia. Como tal, a informação e o acompanhamento são necessários.

Entre os vários modos como se manifesta, os principais são os inúmeros telefonemas diários (não aceitando que, do outro lado, a vítima não possa atender); o implicar com decotes, maquiagem, perfumes (tudo isto lhes comprova que estão a ser traídos/as); as tentativas para que a vítima se contradiga e assim tenham motivo para justificar desconfianças; o seguir e perseguir a vítima; a contratação de detectives privados; a confirmação de facturas de telefone; a vigilância do e-mail e redes sociais; as ameaças, agressões e tentativas de homicídio e as ameaças frequentes de suicídio caso a vítima os/as deixe.

Na origem deste comportamento podem estar várias coisas. Em alguns casos o álcool assume grande parte da responsabilidade, sobretudo no nosso país em que o seu consumo é dos mais elevados em toda a Europa. O consumo de drogas, sobretudo a cocaína, também pode estimular alguns comportamentos semelhantes. O uso de anfetaminas ou medicação para emagrecer pode também provocar oscilações no humor. Estas oscilações provocam desequilíbrios que também se traduzem em manifestações de ciúme. No entanto, nem sempre a causa é de origem exterior ao sujeito. Muitas vezes tem origem na existência de Psicose (como a esquizofrenia) em que o ciúme assume contornos delirantes levando a situações insustentáveis. Deve a vítima procurar apoio junto de um Psicólogo ou de um Gabinete de Apoio à Vítima (APAV) e o/a ciumento/a procurar também ajuda especializada para que possa alterar o seu comportamento, solidificando a relação e sentindo-se mais feliz e confiante. O importante é lembrar que ciúme não é sinónimo de amor. O amor traduz-se em atitudes de compreensão, liberdade e respeito pelo espaço do Outro.