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Thursday, June 11, 2009
Clínica Social - desconto para estudantes, reformados e desempregados

Para além dos serviços disponibilizados em Alverca, Lisboa e Setúbal, existe agora uma nova opção pois não se deve permitir que, por falta de condições financeiras, alguém seja privado de apoio Psicológico. Assim, para desempregados, estudantes e reformados, será facultado o apoio Psicológico (em Sesimbra) a preço social.
Se deseja efectuar uma marcação e se o seu caso é um dos acima descritos, ligue para o 936783972 ou envie um e-mail para tatiana.a.santos@clix.pt. Poderá marcar consoante o dia que lhe seja mais favorável trazendo, para isso, o comprovativo da situação que justifica a consulta a preço social (cartão de estudante, recibo de reforma ou inscrição no seu centro de emprego local para situação de desemprego).
Mais informações: ver contactos na barra lateral
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Monday, June 8, 2009
Thursday, June 4, 2009
AS HORAS (análise Psicológica do filme)
NOTA: A análise deste filme é detalhada e inclui revelação do final do mesmo e esclarecimentos acerca das personagens. Não recomendado a quem não viu o filme e pretende o efeito surpresa.
Mors Liberatrix
"Na tua mão, sombrio cavaleiro,
Cavaleiro vestido de armas pretas,
Brilha uma espada feita de cometas,
Que rasga a escuridão, como um luzeiro.
Caminhas no teu curso aventureiro,
Todo envolto na noite que projectas...
Só o gládio de luz com fulvas betas
Emerge do sinistro nevoeiro.
- «Se esta espada que empunho é coruscante
(Responde o negro cavaleiro andante),
É porque esta é a espada da Verdade:
Firo mas salvo... Prostro e desbarato,
Mas consolo... Subverto, mas resgato...
E, sendo a Morte, sou a liberdade.»"
Antero de Quental
A HISTÓRIA
As primeiras imagens de «As Horas» são bruscas, angustiantes e dolorosas. Assim terá sido para quem foi retratado no filme. Assim o sentirão certamente todos os espectadores. Sofrimento, dor e uma carta de despedida. Virgínia Woolf suicida-se finalmente no rio Ouse, em Sussex, com 59 anos e após inúmeras tentativas falhadas.
1923: Virginia vive nos subúrbios de Londres. Revela presença de alucinações auditivas, humor deprimido, pessimismo, sentimento de vazio, desintegração, fatalismo, falta de apetite… para além disso sabe-se, ao longo do filme, que tem um historial de internamentos e tentativas de suicídio. Aquando do início do filme, prepara os manuscritos do seu romance «Mrs. Dalloway». Laura Brown é uma deprimida dona-de-casa em Los Angeles, lendo «Mrs. Dalloway» em 1959 e Clarissa Vaughn, uma editora de livros que vive actualmente na West 10th Street, em Greenwich Village.
Três mulheres, três facetas de uma personagem, três reflexos de Virgínia. Woolf (ela própria), Laura e Clarissa são, respectivamente, as três faces de «Mrs. Dalloway» - a que escreve, a que lê e a que vive a acção. Três pessoas que transportam encerrados em si mesmas os sintomas, frustrações e angústias de Virgínia Woolf.
A história de Clarissa é a peça-chave. Chamada de Mrs. Dalloway por um amigo e ex-amante Richard - um atormentado poeta homossexual, seropositivo em fase terminal que, mais tarde se percebe, ser filho da personagem Laura. Clarissa vive com Sally há 18 anos. A jovem Julia, filha de Clarissa é filha de «nada mais do que uma proveta numerada».
A insatisfação une as personagens. Virgínia, luta para sair de um local que a sufoca onde vive aprisionada dentro de casa e rodeada de médicos. Combina fases de depressão com episódios maníacos em que, simplesmente, coloca o chapéu e dirige-se à estação de comboios para regressar a Londres. Nessas alturas sente falta do movimento e energia da capital e não suporta a viver no campo.
Insatisfação de Laura que assumiu um papel que nunca fora o seu. Abandonou os sonhos para ficar em casa, ser esposa e mãe a tempo inteiro. Dia após dia esse pensamento a frustra. Também nela se encontram sintomas da fase mais depressiva de Virgínia. O isolamento, a lentificação, a tristeza permanente, a ideação suicida. No entanto Laura escolhe a vida e abdica do que a angústia: o marido e os filhos. Parte para o Canadá para começar de novo.
Insatisfação de Clarissa que fora trocada por um homem na relação que tinha com Richard. Insatisfação por se esconder atrás de uma máscara de sucesso e boa disposição, camuflando-se com festas e homenagens quando por dentro sofre a dor de estar a perder o amigo e o homem que ainda ama para a SIDA.
AS PERSONAGENS

A. Virgínia Woolf (Nicole Kidman)
Profissão: escritora
Estado civil: Casada
Sintomas clínicos:
Alucinações auditivas, humor deprimido, pessimismo, sentimento de vazio, fatalismo, falta de apetite, historial de internamentos, três tentativas de suicídio (uma concretizada), frustração e não identificação com a vida que leva, lentificação alternada com momentos de agitação e ansiedade.
Percurso:
Vivia em Londres, é casada. Devido às suas crises e internamentos é recomendado que se mude para o campo - Richmond. Sente-se aprisionada. Vê a prisão como o estar afastada da energia e movimento da capital, rodeada de médicos e isolada de todos. Vê-se confrontada com um silêncio aterrador.
Passa o tempo com os seus livros. Não tem estímulos exteriores que permitam uma fuga à sua doença. Ela e a sua sombra.
Diagnóstico: Doença Bipolar (Maníaco-Depressiva)
Virgínia vive numa dimensão intemporal, trilha o seu caminho existencial sem a percepção futura do fim. A morte constitui-se como uma possibilidade, um afluente que permite a fuga ao terrível jugo das horas.
No filme «As Horas», a vida interna de Virgínia traduz-se também no espaço. A inércia, o silêncio e a quietude bucólica de Richmond que reflecte o pólo depressivo de Virgínia e a azafama electrizante de Londres, o seu pólo maníaco. Virginal no seu pólo maníaco não suporta o contraste que existe em Richmond, sente-a como uma prisão da qual procura uma fuga imediata.
Por outro lado poderemos especular que a energia londrina, seria vivenciada de outra forma por Virgínia quando o pólo depressivo se instala. A fuga e a retracção surgem como formas projectivas de evitamento. Foge-se do espaço, na impossibilidade de fugir de si mesmo. O espaço de aprisionamento de Virgínia aparece em diversas camadas. Virgínia está encarcerada na infinitude de Richmond, em sua casa e no seu próprio corpo.

B. Laura (McGrath) Brown (interpretada por Julian Moore)
Profissão: doméstica
Estado civil: Casada (com um filho, grávida de uma menina)
Sintomas clínicos:
Humor deprimido, pessimismo, sentimento de vazio e incompletude, ambivalência afectiva, hipersómnia, lentificação psicomotora e cognitiva, ideação suicida grave com plano, já apresentava um padrão de isolamento e introversão na adolescência
Percurso:
Casa com um retornado de guerra e adopta uma vida caseira e familiar com a qual não se identifica minimamente. Torna-se dona-de-casa, mãe e esposa e isso angustia-a. Vê na sua vizinha (Kitty) aquilo que ambicionava para a sua vida.
Há uma incapacidade de mudança, um sentimento de fatalismo e vazio para o qual a morte é a única saída. Pensa suicidar-se mas opta por viver. Para que isso aconteça tem de abdicar do que a faz sofrer: a família. Abandona os filhos e parte para o Canadá.
Frase: «Que significado tem o arrependimento não existindo alternativa?» (Laura Brown)
Representa: a insatisfação, frustração, fatalismo e ausência de soluções de Virgínia Woolf – mors liberatrix
Identificação com Virginia: «A minha vida foi-me roubada. Vivo uma vida que não me apetece viver. Luto sozinha na escuridão... na treva absoluta» (Virgínia Woolf)

C. Richard Brown (interpretado por Ed Harris)
Filho abandonado de Laura Brown
Profissão: poeta, escritor
Estado civil: solteiro (homossexual sem relacionamento estável)
Sintomas clínicos:
Doente terminal de SIDA, alucinações auditivas e visuais, alterações físicas provocadas pela doença, labilidade afectiva, ideação suicida subjacente ao estado terminal em que se encontra.
Percurso:
É abandonado pela mãe. Tem um relacionamento breve mas significativo com Clarissa Vaughn. Deixa-a por Louis mas mantém com ela uma relação muito próxima de amizade e cumplicidade. Evita o contacto com a mãe. O seu abandono marcou-o muito. O pai morreu de cancro, bem como a irmã mais nova. Tornou-se um poeta e escritor conceituado e premiado no entanto, na fase final, rejeita o reconhecimento e os prémios. Vive através dos seus livros o abandono da mãe que nunca foi um contentor das suas angústias e os sentimentos de morte constantes.
Representa: a incompreensão, o sentimento de abandono e desespero face a uma doença que não tem solução – ser para a morte.
Identificação com Virginia: «Alguém tem de morrer para que possamos valorizar mais a vida. Morre o poeta, o visionário» (Virgínia Woolf)
Richard cresce na ausência de segurança e afecto por parte da mãe. Não há envolvimento. Laura Brown mantém sempre o seu «bicharoco» a uma distância suficiente, que lhe permita não entrar no seu espaço [de Richard].
Quando é abandonado na casa da ama, Richard fantasia o regresso da mãe construindo uma casa e acabando, finalmente, por a destruir. Rejeita a mãe que o rejeitou.
Com o nascimento de sua irmã, Richard é abandonado por Laura Brown e vê o seu pai e a sua irmã morrerem de cancro.
É em Clarissa que Richard encontra os cuidados maternos, ausentes na sua infância. Clarissa sofre uma metamorfose no breve envolvimento que teve com Richard. Torna-se «Mrs Dalloway», a mãe que lhe presta cuidados e amor incondicional.

D. Clarissa Vaughn (interpretada por Meryl Streep)
Amiga, confidente, ex-namorada e «mãe» de Richard
Profissão: redactora numa revista
Estado civil: união de facto (lésbica, vive com Sally há 10 anos, tem uma filha por inseminação artificial - Julia)
Sintomas clínicos:
Ansiedade, traços de neuroticismo, perturbação da personalidade dependente, instabilidade afectiva
Percurso:
Manteve sempre contacto próximo com Richard e tomou conta dele em todos os momentos. A sua própria vida era organizada em função da agenda de Richard. Clarissa usa e abusa da racionalização para conseguir encaixar tudo na sua vida rigorosa e justificada. Para não sentir, para não viver… no entanto, acaba por ser confrontada com os seus sentimentos.
Nos últimos anos de vida do poeta, Clarissa tratou-o como a «mãe» que ele nunca tivera. Richard chamava-lhe «Mrs. Dalloway» (livro de cabeceira de sua mãe, Laura Brown). Clarissa constantemente organizava festas que Richard dizia serem para «calar o silêncio».
Clarissa fica aprisionada na doença de Richard, fica sua refém. A representação da mãe de Richard é tão má que seria quase insuportável para Clarissa abandonar Richard também, por isso acaba por abdicar da sua vida e viver em função dele.
Frase: «Sinto-me a desfazer » (Clarissa Vaughn)
Representa: conflito interno/externo: independência vs. dependência, organização externa vs. desorganização interna.
Identificação com Virginia: «Achas que um dia consigo escapar?» (Virgínia Woolf)
Análise feita em parceria com o Dr. Gonçalo Aires de Oliveira (Psicólogo, Investigador Científico na área da Psiconeuroendocrinologia)
Mors Liberatrix
"Na tua mão, sombrio cavaleiro,
Cavaleiro vestido de armas pretas,
Brilha uma espada feita de cometas,
Que rasga a escuridão, como um luzeiro.
Caminhas no teu curso aventureiro,
Todo envolto na noite que projectas...
Só o gládio de luz com fulvas betas
Emerge do sinistro nevoeiro.
- «Se esta espada que empunho é coruscante
(Responde o negro cavaleiro andante),
É porque esta é a espada da Verdade:
Firo mas salvo... Prostro e desbarato,
Mas consolo... Subverto, mas resgato...
E, sendo a Morte, sou a liberdade.»"
Antero de Quental
A HISTÓRIA
As primeiras imagens de «As Horas» são bruscas, angustiantes e dolorosas. Assim terá sido para quem foi retratado no filme. Assim o sentirão certamente todos os espectadores. Sofrimento, dor e uma carta de despedida. Virgínia Woolf suicida-se finalmente no rio Ouse, em Sussex, com 59 anos e após inúmeras tentativas falhadas.
1923: Virginia vive nos subúrbios de Londres. Revela presença de alucinações auditivas, humor deprimido, pessimismo, sentimento de vazio, desintegração, fatalismo, falta de apetite… para além disso sabe-se, ao longo do filme, que tem um historial de internamentos e tentativas de suicídio. Aquando do início do filme, prepara os manuscritos do seu romance «Mrs. Dalloway». Laura Brown é uma deprimida dona-de-casa em Los Angeles, lendo «Mrs. Dalloway» em 1959 e Clarissa Vaughn, uma editora de livros que vive actualmente na West 10th Street, em Greenwich Village.
Três mulheres, três facetas de uma personagem, três reflexos de Virgínia. Woolf (ela própria), Laura e Clarissa são, respectivamente, as três faces de «Mrs. Dalloway» - a que escreve, a que lê e a que vive a acção. Três pessoas que transportam encerrados em si mesmas os sintomas, frustrações e angústias de Virgínia Woolf.
A história de Clarissa é a peça-chave. Chamada de Mrs. Dalloway por um amigo e ex-amante Richard - um atormentado poeta homossexual, seropositivo em fase terminal que, mais tarde se percebe, ser filho da personagem Laura. Clarissa vive com Sally há 18 anos. A jovem Julia, filha de Clarissa é filha de «nada mais do que uma proveta numerada».
A insatisfação une as personagens. Virgínia, luta para sair de um local que a sufoca onde vive aprisionada dentro de casa e rodeada de médicos. Combina fases de depressão com episódios maníacos em que, simplesmente, coloca o chapéu e dirige-se à estação de comboios para regressar a Londres. Nessas alturas sente falta do movimento e energia da capital e não suporta a viver no campo.
Insatisfação de Laura que assumiu um papel que nunca fora o seu. Abandonou os sonhos para ficar em casa, ser esposa e mãe a tempo inteiro. Dia após dia esse pensamento a frustra. Também nela se encontram sintomas da fase mais depressiva de Virgínia. O isolamento, a lentificação, a tristeza permanente, a ideação suicida. No entanto Laura escolhe a vida e abdica do que a angústia: o marido e os filhos. Parte para o Canadá para começar de novo.
Insatisfação de Clarissa que fora trocada por um homem na relação que tinha com Richard. Insatisfação por se esconder atrás de uma máscara de sucesso e boa disposição, camuflando-se com festas e homenagens quando por dentro sofre a dor de estar a perder o amigo e o homem que ainda ama para a SIDA.
AS PERSONAGENS

A. Virgínia Woolf (Nicole Kidman)
Profissão: escritora
Estado civil: Casada
Sintomas clínicos:
Alucinações auditivas, humor deprimido, pessimismo, sentimento de vazio, fatalismo, falta de apetite, historial de internamentos, três tentativas de suicídio (uma concretizada), frustração e não identificação com a vida que leva, lentificação alternada com momentos de agitação e ansiedade.
Percurso:
Vivia em Londres, é casada. Devido às suas crises e internamentos é recomendado que se mude para o campo - Richmond. Sente-se aprisionada. Vê a prisão como o estar afastada da energia e movimento da capital, rodeada de médicos e isolada de todos. Vê-se confrontada com um silêncio aterrador.
Passa o tempo com os seus livros. Não tem estímulos exteriores que permitam uma fuga à sua doença. Ela e a sua sombra.
Diagnóstico: Doença Bipolar (Maníaco-Depressiva)
Virgínia vive numa dimensão intemporal, trilha o seu caminho existencial sem a percepção futura do fim. A morte constitui-se como uma possibilidade, um afluente que permite a fuga ao terrível jugo das horas.
No filme «As Horas», a vida interna de Virgínia traduz-se também no espaço. A inércia, o silêncio e a quietude bucólica de Richmond que reflecte o pólo depressivo de Virgínia e a azafama electrizante de Londres, o seu pólo maníaco. Virginal no seu pólo maníaco não suporta o contraste que existe em Richmond, sente-a como uma prisão da qual procura uma fuga imediata.
Por outro lado poderemos especular que a energia londrina, seria vivenciada de outra forma por Virgínia quando o pólo depressivo se instala. A fuga e a retracção surgem como formas projectivas de evitamento. Foge-se do espaço, na impossibilidade de fugir de si mesmo. O espaço de aprisionamento de Virgínia aparece em diversas camadas. Virgínia está encarcerada na infinitude de Richmond, em sua casa e no seu próprio corpo.

B. Laura (McGrath) Brown (interpretada por Julian Moore)
Profissão: doméstica
Estado civil: Casada (com um filho, grávida de uma menina)
Sintomas clínicos:
Humor deprimido, pessimismo, sentimento de vazio e incompletude, ambivalência afectiva, hipersómnia, lentificação psicomotora e cognitiva, ideação suicida grave com plano, já apresentava um padrão de isolamento e introversão na adolescência
Percurso:
Casa com um retornado de guerra e adopta uma vida caseira e familiar com a qual não se identifica minimamente. Torna-se dona-de-casa, mãe e esposa e isso angustia-a. Vê na sua vizinha (Kitty) aquilo que ambicionava para a sua vida.
Há uma incapacidade de mudança, um sentimento de fatalismo e vazio para o qual a morte é a única saída. Pensa suicidar-se mas opta por viver. Para que isso aconteça tem de abdicar do que a faz sofrer: a família. Abandona os filhos e parte para o Canadá.
Frase: «Que significado tem o arrependimento não existindo alternativa?» (Laura Brown)
Representa: a insatisfação, frustração, fatalismo e ausência de soluções de Virgínia Woolf – mors liberatrix
Identificação com Virginia: «A minha vida foi-me roubada. Vivo uma vida que não me apetece viver. Luto sozinha na escuridão... na treva absoluta» (Virgínia Woolf)

C. Richard Brown (interpretado por Ed Harris)
Filho abandonado de Laura Brown
Profissão: poeta, escritor
Estado civil: solteiro (homossexual sem relacionamento estável)
Sintomas clínicos:
Doente terminal de SIDA, alucinações auditivas e visuais, alterações físicas provocadas pela doença, labilidade afectiva, ideação suicida subjacente ao estado terminal em que se encontra.
Percurso:
É abandonado pela mãe. Tem um relacionamento breve mas significativo com Clarissa Vaughn. Deixa-a por Louis mas mantém com ela uma relação muito próxima de amizade e cumplicidade. Evita o contacto com a mãe. O seu abandono marcou-o muito. O pai morreu de cancro, bem como a irmã mais nova. Tornou-se um poeta e escritor conceituado e premiado no entanto, na fase final, rejeita o reconhecimento e os prémios. Vive através dos seus livros o abandono da mãe que nunca foi um contentor das suas angústias e os sentimentos de morte constantes.
Representa: a incompreensão, o sentimento de abandono e desespero face a uma doença que não tem solução – ser para a morte.
Identificação com Virginia: «Alguém tem de morrer para que possamos valorizar mais a vida. Morre o poeta, o visionário» (Virgínia Woolf)
Richard cresce na ausência de segurança e afecto por parte da mãe. Não há envolvimento. Laura Brown mantém sempre o seu «bicharoco» a uma distância suficiente, que lhe permita não entrar no seu espaço [de Richard].
Quando é abandonado na casa da ama, Richard fantasia o regresso da mãe construindo uma casa e acabando, finalmente, por a destruir. Rejeita a mãe que o rejeitou.
Com o nascimento de sua irmã, Richard é abandonado por Laura Brown e vê o seu pai e a sua irmã morrerem de cancro.
É em Clarissa que Richard encontra os cuidados maternos, ausentes na sua infância. Clarissa sofre uma metamorfose no breve envolvimento que teve com Richard. Torna-se «Mrs Dalloway», a mãe que lhe presta cuidados e amor incondicional.

D. Clarissa Vaughn (interpretada por Meryl Streep)
Amiga, confidente, ex-namorada e «mãe» de Richard
Profissão: redactora numa revista
Estado civil: união de facto (lésbica, vive com Sally há 10 anos, tem uma filha por inseminação artificial - Julia)
Sintomas clínicos:
Ansiedade, traços de neuroticismo, perturbação da personalidade dependente, instabilidade afectiva
Percurso:
Manteve sempre contacto próximo com Richard e tomou conta dele em todos os momentos. A sua própria vida era organizada em função da agenda de Richard. Clarissa usa e abusa da racionalização para conseguir encaixar tudo na sua vida rigorosa e justificada. Para não sentir, para não viver… no entanto, acaba por ser confrontada com os seus sentimentos.
Nos últimos anos de vida do poeta, Clarissa tratou-o como a «mãe» que ele nunca tivera. Richard chamava-lhe «Mrs. Dalloway» (livro de cabeceira de sua mãe, Laura Brown). Clarissa constantemente organizava festas que Richard dizia serem para «calar o silêncio».
Clarissa fica aprisionada na doença de Richard, fica sua refém. A representação da mãe de Richard é tão má que seria quase insuportável para Clarissa abandonar Richard também, por isso acaba por abdicar da sua vida e viver em função dele.
Frase: «Sinto-me a desfazer » (Clarissa Vaughn)
Representa: conflito interno/externo: independência vs. dependência, organização externa vs. desorganização interna.
Identificação com Virginia: «Achas que um dia consigo escapar?» (Virgínia Woolf)
Análise feita em parceria com o Dr. Gonçalo Aires de Oliveira (Psicólogo, Investigador Científico na área da Psiconeuroendocrinologia)
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Progeria ou síndrome de Hutchinson-Gilford

A Progeria ou síndrome de Hutchinson-Gilford, é uma doença genética da infância extremamente rara. Consiste no envelhecimento acelerado (cerca de sete vezes em relação à taxa normal). Uma criança com Progeria tem uma expectativa média de vida de 14 anos para as meninas e 16 para os meninos. Acabam por morrer, maioritariamente, devido a Aterosclerose.
Felizmente, trata-se de uma doença que atinge 1 entre 8 milhões de recém nascidos, daí que seja "Raríssima". Contudo, a inteligência da criança e o seu raciocínio não são afectados o que faz com que se apercebam dolorosamente de todo o processo que os irá conduzir a um final precoce. Esta doença não tem cura.
Em Portugal temos um caso conhecido de Progeria - a Cláudia (já divulgado através dos media nacionais). Temos também uma associação - a Raríssimas (http://www.rarissimas.pt/) que tem feito um trabalho notável no esclarecimento e apoio de doentes e familiares.
Os pacientes (adultos ou não) de doenças raras necessitam de todo o apoio possível. Contudo, nunca podemos descurar a sua família. Uma rede familiar bem apoiada, estruturada consegue responder às necessidades do doente e, muitas vezes, proporcionar ao mesmo momentos de felicidade e qualidade de vida.
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"Por uma Mente Sã" - texto in Língua Afiada
Quando o desemprego bate à porta, há quem arregace as mangas e reme obstinadamente contra a corrente, que é o mesmo que dizer «não vou bater à porta, vou arrombá-la».
Tatiana Santos é assim.
Com dois cursos na cartola (Jornalismo pela ESCS e Psicologia Clínica pelo ISPA), uma Pós-Graduação (em Reabilitação e Inserção Social), formações diversas na área da Psicologia e experiência profissional em ambas as áreas, Tatiana sabe bem o que significa a palavra «não». Acontece a quem tem dois cursos bem cotados na bolsa do desemprego.
Fez cursos extra-curriculares, acumulou estágios, colaborações, mas ainda assim as portas teimaram em não se abrir.
O destino quis que se fizesse à estrada.
Tornou-se Psicóloga "itinerante" (ora dá consultas em Alverca ora em Setúbal). Mantém uma coluna quinzenal sobre Saúde Mental no jornal Notícias da Zona e é responsável pelo blog http://cronicasdeumamentesa.blogspot.com/, onde podem seguir os seus conselhos e marcar consultas.
No meio desta lufa, lufa ainda dá formação, explicações (espanhol, comunicação, psicologia, etc) e aulas de desenho e pintura.
Saiba mais sobre esta self-made woman em http://cronicasdeumamentesa.blogspot.com/.
Um exemplo de tenacidade e de "quixotismo", porque muitos lutam contra moinhos de vento, mas nem todos conseguem derrubá-los...
Por "Cabeça na Lua" (uma amiga especial que sempre soube vestir a camisola pela Comunicação e Jornalismo em Portugal. E como vivemos uma democracia, às vezes transformada em qualquer outra coisa inominável, não vou referir o seu nome para que possa continuar a lutar).
In http://linguaafiadanoportugaldospequeninos.blogspot.com/
nota: podes ter a cabeça na Lua amiga mas sempre tiveste os pés muito bem assentes na Terra. Sucesso e Felicidades. Obrigada pelo Post
Tatiana Santos é assim.
Com dois cursos na cartola (Jornalismo pela ESCS e Psicologia Clínica pelo ISPA), uma Pós-Graduação (em Reabilitação e Inserção Social), formações diversas na área da Psicologia e experiência profissional em ambas as áreas, Tatiana sabe bem o que significa a palavra «não». Acontece a quem tem dois cursos bem cotados na bolsa do desemprego.
Fez cursos extra-curriculares, acumulou estágios, colaborações, mas ainda assim as portas teimaram em não se abrir.
O destino quis que se fizesse à estrada.
Tornou-se Psicóloga "itinerante" (ora dá consultas em Alverca ora em Setúbal). Mantém uma coluna quinzenal sobre Saúde Mental no jornal Notícias da Zona e é responsável pelo blog http://cronicasdeumamentesa.blogspot.com/, onde podem seguir os seus conselhos e marcar consultas.
No meio desta lufa, lufa ainda dá formação, explicações (espanhol, comunicação, psicologia, etc) e aulas de desenho e pintura.
Saiba mais sobre esta self-made woman em http://cronicasdeumamentesa.blogspot.com/.
Um exemplo de tenacidade e de "quixotismo", porque muitos lutam contra moinhos de vento, mas nem todos conseguem derrubá-los...
Por "Cabeça na Lua" (uma amiga especial que sempre soube vestir a camisola pela Comunicação e Jornalismo em Portugal. E como vivemos uma democracia, às vezes transformada em qualquer outra coisa inominável, não vou referir o seu nome para que possa continuar a lutar).
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nota: podes ter a cabeça na Lua amiga mas sempre tiveste os pés muito bem assentes na Terra. Sucesso e Felicidades. Obrigada pelo Post
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Wednesday, June 3, 2009
A Luz e a Escuridão

"A Luz acredita que se move mais rápido do que qualquer coisa mas está enganada. Não importa a que velocidade a Luz viaja, ela percebe que a Escuridão sempre chega primeiro e a aguarda"
[Terry Pratchett]
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