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Tuesday, November 24, 2009

Garmonbozia - dor e sofrimento


O Universo de David Lynch pode ser definido com inúmeros adjectivos: rico, doloroso, ansiogénico, persecutório, psicotizante, orgânico, angustiante, colorido, sombrio, profundo, depressivo, caótico, etc. Cada obra de Lynch é uma tela onde o espectador constrói a sua realidade, a sua interpretação simbólica.


Cheios de situações tocantes e ameaçadoras da nossa integridade, os filmes de Lynch parecem gerar nos espectadores uma de duas emoções: AMOR e ÓDIO. Existe um grupo de seguidores do realizador, no qual me incluo estando a realizar o meu Doutoramento nesse tema e um grupo de Anti-Lynch que não suportam qualquer forma de expressão do autor. Séries como Twin Peaks e filmes como Eraserhead, Mullholland Drive, Dune, Lost Highway ou Blue Velvet marcam o meu imaginário desencadeando emoções e sintomas físicos que ainda hoje não explico em bom rigor.



De uma forma pessoal, pareço retroceder a um período primitivo e precoce, onde as angústias de morte e desfragmentação povoavam o meu inconsciente, de forma pouco ou nada estruturada. Este período em que o caos imperava e em que o orgânico, a par com o psíquico, dominavam emerge durante cada filme, remetendo-me para os horrores da iminente destruição, da dúvida, da insegurança... Não tenho dúvidas de que, se Lynch não fosse absolutamente genial, seria rotulado de louco, institucionalizado e medicado. Felizmente a faísca da criatividade rompeu e o seu talento, a par da excentricidade, foi bem sucedido.

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