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Wednesday, December 9, 2009

A Exclusão pela Idade - artigo ROSTOS online


Etarismo – a exclusão pela idade
Por Tatiana A. Santos


Etarismo – a exclusão pela idade
Por Tatiana A. SantosMuitas pessoas já se sentiram vítimas de Etarismo em todos os locais do mundo e também no nosso país. Vários são os sinais. O ser recusado um crédito, um cartão de crédito ou um seguro devido à idade, descobrir que a atitude de uma organização face aos mais velhos resulta em que se tenha um pior serviço, perceber os limites de idade em relação a benefícios (pensões, etc.) ou mesmo perder o emprego por causa da idade.


Um novo milénio chegou e com ele mais tecnologia, mais globalização... a era da comunicação sem fronteiras, uma outra aurora de desenvolvimento. Revolução nos equipamentos, computadores e mecanicismo. A electricidade substitui o toque, o trabalho substitui a família. Os dias passam e os anos correm. Não há máquina ou vacina que o impeçam. E sempre que amanhece, algo em nós foi desactualizado. Uma franja da população, que cada vez é maior, vive diariamente a exclusão desta sociedade que galopa no tempo. Novos programas, novos métodos, trabalha-se contra o relógio. A novidade impõe-se. Mas o Homem torna-se velho e inútil aos olhos de quem parece não ter mais espaço para si. Um fardo para a família, rejeitado no trabalho e a vida que parece não acabar.

O termo ageism ou agism foi desenvolvido por Robert Butler em 1969 e foi definido como sendo um estereótipo sistemático de discriminação contra pessoas devido à idade. Este conceito não tem, em português, termo correspondente tendo sido, por isso, “baptizado” por Joana Amaral Dias de Etarismo. Muitas pessoas já se sentiram vítimas de Etarismo em todos os locais do mundo e também no nosso país. Vários são os sinais. O ser recusado um crédito, um cartão de crédito ou um seguro devido à idade, descobrir que a atitude de uma organização face aos mais velhos resulta em que se tenha um pior serviço, perceber os limites de idade em relação a benefícios (pensões, etc.) ou mesmo perder o emprego por causa da idade.

Contudo, se a idade funciona como pretexto de exclusão na nossa sociedade, se o idoso se torna um fardo para a mesma e para a sua família, se envelhece sem apoio e sem redes sociais, o mesmo não acontece noutras culturas. Na índia, em algumas culturas orientais e, sobretudo nas tribos índias americanas verifica-se o oposto. O ancião é um elo de ligação entre os antepassados e as novas gerações. São os mais velhos que transmitem os aspectos culturais da sua sociedade. A tradição oral – as histórias contadas às crianças – transportam a mitologia, crenças e factos verídicos do seu povo. São eles que ensinam as normas de conduta.

É preciso agir e ter consciência de um fenómeno que alastra à medida que estas linhas vão sendo escritas. Compete aos técnicos de reabilitação e inserção social, antropólogos, sociólogos, psicólogos, políticos e a uma multiplicidade de áreas trabalhar com estes homens e mulheres válidos, criar politicas sociais adequadas e apoiar as famílias.

Tatiana A. Santos
Psicóloga Clínica
Doutoranda em Psicanálise
Tlf: 936783972 / Email: tatiana.a.santos@clix.pt


ARTIGO EM:
http://www.rostos.pt/inicio2.asp?mostra=2&cronica=111032

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