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Thursday, May 7, 2009

Os Bestiais e as Bestas



Todos nós temos tendência para colocar em pedestal pessoas que admiramos. Idealizamos namorados, filhos, pais e até treinadores de futebol. Quando alguém corresponde ao sonhado e delineado por nós, todos os outros ficam abaixo dessa fasquia e acabamos por enviesar os nossos julgamentos que, como se não bastasse, se baseiam em preconceitos. Ora para se estar no topo da idealização, nada melhor do que ser popular. Apelar aos nossos inconscientes colectivos, à mãe que todos buscamos numa Nossa Senhora do Caravaggio, dar a cara por publicidade próxima do povo, alternar humores entre risos e agressões... no fundo, saber usar demagogia e ser um pouco político. A este perfil apenas corresponde Scolari. Mas o Scolari já não treina Portugal. Já não é o idealizado milagreiro protegido pelos milagres da Virgem. O nosso treinador é Carlos Queirós. Um homem com experiência nacional e internacional, “low profile” ou seja, discreto, ponderado e muito pouco “povão”.
Sai um homem das massas, habituado ao calor e histrionismo Brasileiros e entra um “português suave”, acostumado com as névoas e baixas temperaturas do Reino Unido. Não são estas características que dão ou tiram competências. Contudo, Carlos Queirós veio como o remendo que substituiu aquele que já se pensava que tinha lugar cativo no país. Ocupou o cargo com baixas expectativas, com mais intolerância, com menos carinho por parte dos Portugueses. Quando o feedback é todo negativo e as frases que se ouvem em burburinho são tão animadoras como um “já não passamos desta” ou “com tácticas assim, ninguém lá vai”, a própria pessoa acredita na impossibilidade da concretização dos objectivos. Assim, nem a Virgem do Caravaggio faz milagres.

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Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

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