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Thursday, June 25, 2009

O Caso de Danielle ou a Menina que Não Sabia Sorrir


“A rapariga na janela” foi a reportagem vencedora do maior prémio em jornalismo deste ano – o Pulitzer. Escrita pela jornalista Lane DeGregory, conta-nos a história da menina Danielle (EUA), encontrada pelos Serviços Sociais e pela Polícia num pequeno quarto, enrolada, devorada pelas baratas, sem sorrir, sem manifestar sinais de dor, tristeza ou medo. Esta menina estava a um passo da morte quando foi entregue ao Hospital. Para além de uma alimentação extremamente precária, nunca tinha recebido quaisquer gestos de afecto ou protecção. A menina, que foi parar a uma instituição, acabou por ser adoptada por uma família algum tempo depois. Sem falar ou mesmo sem saber usar os maxilares (porque nunca tinha comido comidas sólidas até aos 7 anos de idade), Danielle encontrou na nova família os alicerces para que esta história – ao contrário da maior parte – se encaminhasse para um desfecho mais feliz. O seu novo irmão, apenas um ano mais velho, deu-lhe o seu quarto com janela, entregou-lhe os seus brinquedos e ensinou-a a esboçar um sorriso.

A psicóloga que a acompanhou, Kathleen Armstrong, designou esta situação de Autismo Ambiental (provocado pelo ambiente e contexto familiar). No entanto, Danielle sabe agora que tem a protecção da sua família e que o Mundo existe para ser explorado. Ao nosso lado existem muitas Danielles. Muitas meninas e meninos que vivem situações de abandono e abuso dentro do seio familiar. Crianças que andam nuas, devoradas por todo o tipo de parasitas, deitadas nos seus excrementos, à espera do fim. A minha experiência profissional mostrou-me muitos meninos e meninas como Danielle. Dia 1 de Junho é o dia da Criança. Nos Estados Unidos Danielle foi salva pelo alerta de um vizinho. Até quando vai fechar os olhos?

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