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Thursday, May 7, 2009

Quando a Revolução Vem de Dentro



A Revolução de Abril ou dos Cravos foi, como todos sabemos, um exemplo de revolução pacífica. Contudo, nem todas as revoluções são pacíficas. Muito menos as que iniciamos dentro de nós próprios. Assim é o processo psicoterapêutico, independentemente da corrente e da filosofia do mesmo. Uma revolução interior, difícil, dolorosa e tudo menos pacífica. “Mas” - perguntam-se - “Será que todas as transformações interiores têm de ser assim?”. Pode haver quem discorde da minha opinião que, mais uma vez volto a frisar, é pessoal e é fundamentada na minha experiência académica e profissional. Contudo, acredito piamente que não haja transformação interna sem dor. Não se podem romper amarras de toda uma vida, não se podem compreender sofrimentos antigos que nos deixaram profundas cicatrizes na alma – cicatrizes essas que nos habituámos a esconder dos outros e de nós mesmos – sem que haja sofrimento associado, sem que haja angústia, sem que haja uma percepção e insight muitas vezes penosos para o paciente.

Sendo assim, porque devemos levar a cabo tão difícil missão? Porque a nossa vida depende também – e muito – do nosso bem-estar psicológico. Porque compreendermos a nossa maneira de ser, percebermos quem somos e porque somos é a chave para o nosso equilíbrio emocional. Porque quando vivemos uma vida inteira de sofrimento, aparentemente inexplicável, precisamos mergulhar no mais profundo dos abismos (muitas vezes em “apneia”) para podermos regressar à tona, revigorados, iluminados e preparados para outras etapas. A Psicologia e a Psicoterapia dão o apoio necessário para que esse “mergulho” não seja solitário. Para que exista uma “bóia salva-vidas” no momento certo. No entanto, toda a descoberta dos “destroços desse navio naufragado” que é, quase sempre, a nossa infância é feita pelo paciente. É ele quem procura e encontra a sua verdadeira natureza.

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Contacto:
Email: tatiana.a.santos@clix.pt

1 comment:

  1. gostei muito deste post!!
    por ter passado à bem pouco tempo essa tal fase de transformação (sim, e com dor)!!
    parabéns pelo blog
    liliana (gcai0809)

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